Cistectomia radical e terapia tri-modal em carcinoma urotelial músculo-invasivo: questão em debate

  • Autor
  • Camila Côrtes Ribeiro
  • Co-autores
  • Isabella Naves Rosa , Clarissa de Lima Oliveira e Silva , Renata Portella Almeida Grattapaglia , Ana Paula Fonseca Barreto , Clayton Franco Moraes
  • Resumo
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    Introdução: A remoção da bexiga por cistectomia radical (CR) em pacientes com carcinoma urotelial músculo-invasivo (CUMI) vem sendo considerada procedimento “padrão ouro”. Entretanto, atualmente, a terapia tri-modal (TTM) para preservação vesical é considerada um método alternativo de tratamento. Metodologia: Realizou-se uma revisão integrativa de literatura, com uma busca ativa de artigos na base de dados Pubmed e Medline no idioma inglês. Foram aplicados filtros para artigos e ensaios clínicos dos últimos cinco anos. Os descritores utilizados para a pesquisa foram “cystectomy”, “urinary bladder neoplasms”, “tri-modal therapy”. Discussão: A comparação da eficácia entre a CR e TTM (ressecção transuretral, radioterapia e quimioterapia radiossensibilizante) no tratamento de CUMI é de difícil delineamento devido à escassez de estudos randomizados comparando os dois métodos. Dificuldade adicional decorre do fato que pacientes mais jovens são tipicamente tratados com CR pela melhor condição cirúrgica, enquanto que pacientes idosos são comumente tratados com TTM. Isso gera um viés de seleção de pacientes a favor da CR e desfavor a TTM na avaliação do tempo de sobrevida. Há alguns anos, a CR apresentava superioridade significativa à TTM. Em estudos recentes, entretanto, com a evolução de equipamentos e protocolos, a CR e a TTM vem demonstrando taxas similares de sobrevida livre de doença por preditores como covariáveis de idade, comorbidades e estágios do CUMI. Estudos recentes, utilizando estratégias que minimizam o viés de seleção, têm mostrado resultados essencialmente equivalentes da CR e TTM. Por fim, destaca-se a necessidade de uma seleção criteriosa de pacientes para a TTM envolvendo ausência de comorbidades e forte motivação pessoal pela preservação. Além da busca por melhor qualidade de vida, a TTM envolve a possibilidade de preservação da função sexual em homens, uma vez que disfunção erétil após a CR é de aproximadamente 100%, embora o retorno funcional em 30-50% dos casos ocorra após 1-2 anos. Conclusão: Apesar da cistectomia radical ainda ser considerada o procedimento “gold standard” para tratamento de CUMI, a medicina atual vem buscando, também, terapias de preservação de órgãos visando melhor qualidade de vida do indivíduo. Nesse sentido, a terapia tri-modal vem evoluindo de forma significativa como um tratamento viável a ser oferecido e discutido com o paciente, apresentados os riscos relativos em comparação à CR e respeitadas as suas opções individuais.

     

  • Palavras-chave
  • Cistectomia, Terapia tri-modal, Carcinoma Urotelial
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