INTRODUÇÃO: A Síndrome de deiscência do canal semicircular superior (SDCSS), descrita pela primeira vez em 1998, é uma doença rara, que ocorre quando há degradação da camada óssea que recobre o canal semicircular superior. METODOLOGIA: Tratou-se de revisão narrativa de literatura, com busca de referências nas bases de dados PubMed e Scielo, utilizando-se os termos “superior semicircular canal dehiscence”, “semicircular canals” e “vertigo” compreendendo os anos de 1998 a 2020. Os artigos foram incluídos de acordo com a pertinência quanto ao tema. DISCUSSÃO: A SDCSS possui prevalência de 0,7% na população geral. Sua etiologia não é definida, podendo ser congênita e/ou adquirida. Enquanto alguns estudos observaram associação com malformações congênitas de ossos do crânio, outros evidenciaram alterações radiológicas em ossos temporais de pacientes idosos, levando à hipótese de que se trate de condição adquirida. Traumatismo cranioencefálico, barotraumas ou aumentos bruscos de pressão intracraniana podem desencadear a ruptura da membrana anormalmente adelgaçada que recobre o canal semicircular. A deiscência óssea na SDCSS resulta em uma terceira janela móvel que permite a dissipação da pressão. Conforme o labirinto membranoso se projeta para dentro, a endolinfa flui em direção oposta a da ampola. Com isso, há disfunção entre os sistemas vestibular e auditivo, o que provoca desde quadros assintomáticos até aqueles marcados por vertigem e nistagmo induzidos por ruídos ou variações de pressão intracraniana ou do ouvido médio, além de autofonia, tinitus e perda auditiva condutiva. Apesar de a imagem tomográfica ser essencial para avaliar a lesão, o diagnóstico da síndrome baseia-se na combinação entre os sinais clínicos, alterações compatíveis em audiograma e na avaliação de Potenciais Evocados Miogênicos Vestibulares. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, variando conforme a gravidade e incapacitância dos sintomas. CONCLUSÃO: Por haver pouco mais de 600 casos sintomáticos relatados desde 1998, o interesse de pesquisas sobre a SDCSS tem aumentado nos últimos anos, sobretudo as direcionadas à compreensão da síndrome e dos métodos para seu diagnóstico e tratamento. A SDCSS deve ser considerada no diferencial de perda auditiva condutiva, como na otosclerose, e de vertigem, sobretudo para evitar abordagens inapropriadas com medicações anti-vertiginosas ou cirurgias.
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