Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença crônica, com elevada morbimortalidade. Com o aumento de sua prevalência, novas terapias surgiram para melhorar a qualidade de vida nos portadores de IC. O uso dos inibidores de SGLT2 foi demonstrado como uma estratégia promissora nesse manejo.
Metodologia: Foi realizada uma revisão narrativa de artigos com as palavras-chaves “heart failure”; “SGLT2 inhibitors”; “mortality” publicados na língua inglesa nos últimos cinco anos no periódico Journal of American Heart Association (122 resultados) e indexados na base de dados PubMed (196 resultados), das quais foram selecionadas sete.
Discussão: Os inibidores de SGLT2 são medicamentos efetivos no tratamento de pacientes diabéticos do tipo 2 (D2). Existem evidências que seu uso também é benéfico na redução da morbimortalidade por IC independente da presença de D2, principalmente naqueles com fração de ejeção reduzida. A atuação deste fármaco é prioritariamente renal, inibindo o cotransportador sódio/glicose e promovendo glicosúria, com consequente efeito anti-glicêmico. Os inibidores de SGLT2 também apresentam efeito protetor em órgãos-alvo, em especial coração e rim. O estudo Dapa Heart Failure Trial demonstrou o efeito do inibidor de SGLT2 na redução da morbimortalidade da IC em 26%. Demonstrou-se que os inibidores de SGLT2 também reduziram o risco de hospitalização por IC em 31% dos pacientes. Entre as ações cardioprotetoras desse fármaco observa-se: melhora do metabolismo do miocárdio, redução da lesão, fibrose e remodelamento cardíaco; redução da pré e pós-carga e redução da disfunção endotelial. Seus efeitos específicos sobre o miocárdio ainda continuam pouco esclarecidos, embora sugira-se que seu mecanismo de atuação seja prioritariamente no metabolismo de ácidos graxos e na inibição da bomba sódio-H+ cardíaca. Os principais efeitos colaterais dos inibidores do SGLT2 são o aumento do índice de infecções genitais e poliúria.
Conclusão: Com o envelhecimento da população, tornou-se necessário encontrar novas terapias para reduzir a morbimortalidade na IC. Nesse contexto, o uso de inibidores de SGLT2 demonstrou ser útil no manejo dessa condição, em virtude do seu efeito cardioprotetor. Embora novos estudos sejam necessários, seu uso já foi sugerido como benéfico no tratamento de IC com fração de ejeção reduzida.
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