Síndrome de Hipotensão Líquórica Pós Raquianestesia: Um Relato de Caso.

  • Autor
  • Bianca Pereira Barros
  • Co-autores
  • Carolina Martins Coelho , Mariah Vicari Bolognani , Luisa Correia de Aguiar , Cláudia Vicari Bolognani
  • Resumo
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    Introdução: A síndrome de hipotensão liquórica é caracterizada por baixa pressão do líquido cefaloraquidiano (LCR) associada à vários sintomas. Surge como efeito adverso da raquianestesia e seu tratamento pode ser feito de acordo com a quantidade de LCR perdido e a gravidade dos sintomas.

    Descrição do caso: JMM, sexo feminino, 29 anos, G3P2A1. Paciente deu entrada na unidade de emergência com relato de sangramento anormal que evolui com dor em região hipogástrica, de intensidade 7/10, do tipo cólica, de evolução gradual, irradiada para os flancos direito e esquerdo. Foi submetida a uma laparotomia eletiva com uso de de anestesia raquidiana. Após o procedimento cirúrgico, ao exame, relatou cefaleia frontal latejante intensa, com melhora em decúbito, comprometimento do estado mental e amnésia anterógrada.

    Discussão: A síndrome da hipotensão liquórica pós raquianestesia é causada pelo extravasamento de LCR provocando vários sintomas, como a cefaleia de baixa pressão. É uma dor de inicio entre 6 e 72 horas após o procedimento, tipicamente frontal, latejante e bastante intensa. A principal característica é tornar-se mais forte em posição ereta e alivia-se em decúbito. Sintomas associados são presentes em 70% dos casos e podem incluir náuseas, rigidez de nuca, dor lombar, vertigem e alterações visuais. O tratamento em casos leves é uso de analgésicos por via oral, hidratação e repouso e nos graves, deve ser feito hidratação vigorosa, cafeína e analgésicos por via intravenosa. Se as medidas conservadoras não resolverem, é feito o tamponamento sanguíneo epidural (TSE), técnica que provoca a cicatrização do local da punção por meio do aumento da pressão que gera uma resposta inflamatória.

    Conclusão: O caso é importante para ampliar o conhecimento a respeito da Síndrome de Hipotensão Liquórica Pós Raquianestesia, possibilitando tratamento adequado e evitando desfecho desfavorável, uma vez que o predomínio de cefaléia em puérperas ocorre devido ao uso dessa anestesia. O conhecimento do diagnóstico diferencial é de grande relevância uma vez que descarta a possibilidade de outras patologias que compartilham os mesmos sintomas.

     

  • Palavras-chave
  • hipotensão liquorica, raquianestesia, cefaléia de baixa pressão, tamponamento sanguíneo epidural
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