Introdução: A fibromialgia (FM) é uma patologia multifatorial caracterizada pela presença de dor crônica muscular difusa, distúrbios do sono, fadiga, desordens neurológicas e declínio funcional do paciente. Sua fisiopatologia não esclarecida torna o diagnóstico e o tratamento desafiadores. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura com pesquisa na base de dados PubMed e Nature, utilizando os descritores: “Fibromyalgia”, “Physiopathology” e “Etiology”. Foram selecionados artigos a partir de 2015, publicados na íntegra, no idioma inglês, que descrevem de forma sistemática a fisiopatologia da FM. Assim, 10 artigos foram utilizados para a produção do trabalho. Discussão: A fisiopatologia da FM não está completamente elucidada e envolve fatores genéticos, ambientais e imunológicos que causam alterações no funcionamento do sistema nervoso central e periférico, responsáveis pela dor. Estudos demonstram um aumento na concentração de neurotransmissores excitatórios, principalmente o glutamato, neuropeptídeos inflamatórios como a substância P, CX3CL1, e o hormônio liberador de corticotrofina. Essas substâncias agem ativando células imunes, astrócitos e células da microglia, dessa forma há a liberação de citocinas pró-inflamatórias como a IL-8 e IL-6 causando efeitos vasodilatadores, aumento da permeabilidade vascular e redução do limiar da dor nos nociceptores. Soma-se a isso, a diminuição da modulação da dor, encontrada em pacientes com FM, devido à menor eficácia nos receptores de opióides e atenuação do sistema noradrenérgico, levando à neuroinflamação central e à sua sensibilização. Ademais, o estresse participa da fisiopatologia, por meio do eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal, que controla a resposta biológica ao estresse e secreta glicocorticóides; esse eixo está mais ativado em pacientes com FM e colabora com a sensibilização central e aumento da sensação nóxica. Esses efeitos em conjunto com as alterações centrais são responsáveis pela sensação de dor e alodinia. Conclusão: A fibromialgia é um distúrbio debilitante prevalente que impacta na capacidade funcional, laboral e social do paciente. Apesar da dificuldade de sua fisiopatologia, estudos sobre os mecanismos neurobiológicos que contribuem para a dor crônica e os demais sintomas concomitantes avançaram nossa compreensão dessa doença. Portanto, à medida que o reconhecimento e o diagnóstico da fibromialgia melhoram, a disponibilidade de opções terapêuticas para os pacientes aumenta.
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