Introdução: A transição hormonal (TH) nas mulheres transgênero tem o propósito de promover o surgimento de caracteres sexuais secundários femininos e a supressão dos masculinos, através do uso de medicamentos hormonais, a fim de melhorar a auto estima e a qualidade de vida das pacientes. Metodologia: O presente trabalho é uma revisão de literatura que aborda a TH em mulheres transgênero. A busca foi realizada nas bases de dados BVS, Google acadêmico e Pubmed. Para a seleção de artigos mais relevantes foram pesquisados trabalhos em inglês e português, entre os anos de 2010-2020, com os descritores “Transgender persons”, “Hormone Replacement Therapy” e “Sex Reassignment Procedures”. Discussão: A TH em mulheres transgênero requer uma abordagem interdisciplinar a fim de que a integridade física e psicológica desta seja assegurada e a sua qualidade de vida preservada. O tratamento se inicia com o acompanhamento psiquiátrico para determinar se a paciente está apta à transição, ou seja, se possui disforia de gênero que preencha os critérios para a TH e se os resultados irão beneficiá-la. Além de garantir que certas comorbidades não sejam exacerbadas com o tratamento, como as doenças tromboembólicas. Após avaliação inicial, introduz-se estrogênio, hormônio responsável por induzir as características femininas, como Estradiol 2,0-6,0 mg, uso oral e contínuo; adesivo de Estradiol 0,1-0,4 mg, transdérmico, duas vezes por semana ou Valerato de estradiol 5-30 mg, intramuscular, a cada duas semanas. A terapia antiandrogênica visa suprimir os caracteres masculinos e, entre as opções, Progesterona 20-60 mg, uso oral e contínuo; Acetato de medroxiprogesterona 150 mg, intramuscular, trimestral ou Acetato de ciproterona 50-100 mg, uso oral e contínuo. O acompanhamento deve ser realizado a cada 2-3 meses no primeiro ano e, depois, de 1 a 2 vezes por ano, a fim de se monitorizar os sinais esperados de feminização e as possíveis reações adversas. Além disso, testosterona e estradiol devem ser dosados trimestralmente, assim como os eletrólitos séricos e a prolactina. Conclusão: Os medicamentos hormonais usados a longo prazo podem estar associados ao agravamento de comorbidades e ao desenvolvimento de tromboembolismo em mulheres transexuais, porém com a supervisão médica e a conduta adequada, o risco de complicação da TH é baixo. Dessa forma, conclui-se que o tratamento hormonal é seguro desde que acompanhado, a curto e a longo prazo, por uma equipe interdisciplinar, além de possuir efeito positivo na auto estima da paciente.
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Congresso Médico UCB
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Isadora
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Clarissa de Lima Oliveira e Silva
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