INTRODUÇÃO: O novo coronavírus Sars CoV-2 (Síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2), responsável por quadro de pneumonia, foi identificado em Wuhan, e assumiu proporções mundiais. Dentre os desfechos prognósticos ruins relevantes, encontra-se a coagulopatia, tendo como marcador o dímero-D.
METODOLOGIA: Realizou-se uma revisão de literatura sistemática sobre a dosagem de dímero-D no contexto de pacientes com COVID-19 nas bases de dados Google Acadêmico e PUBMED, sendo pesquisadas as palavras-chave: "COVID-19", "dímero-D", "coagulation disorder", "coronavirus", "D-dimer".
DISCUSSÃO: O SARS-Cov2 provoca uma resposta inflamatória a qual resulta em lesão tecidual e aumento da geração de trombina, ao mesmo tempo em que ocorre redução da fibrinólise endógena. Dessa forma, a cascata de coagulação é ativada, podendo resultar em um estado de hipercoagulabilidade, o qual tem como um dos parâmetros de avaliação laboratorial a dosagem de dímero-D.
O dímero-D é um produto da degradação da fibrina, e aumenta concomitantemente à intensificação da atividade inflamatória, evidenciando o papel da hipercoagulabilidade na patogênese do COVID-19. Diante disso, observa-se que a elevação nos níveis de dímero-D se relaciona com as fases da doença em que há predomínio do desenvolvimento de SDRA (síndrome do desconforto respiratório agudo) e a piora do padrão radiológico, associando-se a uma maior taxa de mortalidade.
Em estudo realizado com 183 participantes com teste positivo para COVID-19 em hospital em Wuhan, foi constatado que pacientes não-sobreviventes apresentaram aumento de dímero-D no momento da admissão hospitalar. Além disso, outro estudo, realizado no Hospital de Wuhan, com 343 pacientes confirmados laboratorialmente como portadores de COVID-19 evidenciou que indivíduos com dosagem acima de 2,0 µg/mL de dímero-D no momento da admissão apresentavam maiores taxas de mortalidade.
CONCLUSÃO: A partir dos estudos abordados, nota-se que o aumento no nível de dímero-D na admissão hospitalar é um efetivo preditor de gravidade para o COVID-19, além de estar relacionado com maiores taxas de mortalidade. Destaca-se ainda a importância da dosagem durante a admissão, sendo utilizado como um marcador precoce da patologia e viabilizando um manejo mais adequado do paciente.
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