INTRODUÇÃO: A Hemorragia Subaracnóide (HS) é causa importante de morte prematura e incapacidade, responsável por 5% dos Acidentes Vasculares Cerebrais. Após o quadro hemorrágico, a incidência de vasoespasmo cerebral é de 70%, sendo indicado o uso de Milrinona para reduzir a morbimortalidade.
METODOLOGIA: Foi realizada busca bibliográfica nas base de dados Scielo e PubMed, no período de Setembro a Outubro de 2020, utilizando os descritores ''Hemorragia Subaracnóide'', "Hemorragia Subaracnóidea Espontânea" e "abordagem com Milrinona" e seus correspondentes em inglês. Foram utilizados 24 artigos científicos para a revisão.
DISCUSSÃO: A HS decorre da rotura de aneurisma ou malformação vascular. A queixa clínica é cefaleia de início súbito, não traumática, com pico em até uma hora, decorrente de vasoespasmo pós-traumático (VPT), que leva ao coma. O VPT é insulto secundário do cérebro lesionado, decorrente do estreitamento das artérias cerebrais, com início em 3 a 5 dias, máximo entre 5 a 14 dias e atenuação com 2 a 4 semanas. Ocorre, então, espessamento das paredes por fibrose subendotelial, com vasodilatação prejudicada. A abordagem da HS não é bem estabelecida. O uso da milrinona é uma terapêutica recente e controversa. Ela é um inibidor da fosfodiesterase III que altera vias de AMPc, produzindo vasodilatação e efeito inotrópico positivo, aumentando força de contratilidade cardíaca. Em infusão contínua, é capaz de manter a volemia, natremia, glicemia e normotensão, com bom desfecho neurológico. Entretanto, quando comparada ao Sulfato de Magnésio, que inibe a liberação de aminoácidos excitatórios e bloqueia receptores de glutamato N-metil-D-aspartato, a Milrinona apresenta pior prognóstico, associada a maior incidência de hipotensão e necessidade de norepinefrina, com maior taxa de infarto isquêmico tardio. A administração de milrinona intra-arterial no território cerebral envolvido, seguida de infusão intravenosa contínua até 14º dia se mostrou superior à administração via intravenosa isolada.
CONCLUSÃO: O vasoespasmo decorrente da Hemorragia Subaracnóidea ainda permanece pouco compreendido e com importância clínica subestimada, visto que uma grande porcentagem dos pacientes o apresentará já em um estado comatoso, de difícil diagnóstico. O tratamento com milrinona foi descrito em poucos relatos, e pode representar uma nova opção terapêutica vantajosa no controle e dos danos neurológicos e redução da elevada morbimortalidade apresentada pela HS.
Comissão Organizadora
Congresso Médico UCB
Mariana Martins Castro
Anna Luiza Brito Franceschini
Gabriel Andrade de Santana Xavier
Débora de Freitas Britto Rêgo
Marcos Filipe Bueno Langkamer
Isadora
Caroline Beatriz Santos Oliveira
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Marcela Carvalho
Lucas Anversa Tiarling
Marcella Barreto Campos
Filipe Alves Ramos
Laura Olivia Tavares Souto
Ana Gabriella Tittoto
Weberth Oliveira Santos
Ana Beatriz Stella Marques Mendes
João Vitor Gonçalves Marques
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Comissão Científica