Uveíte devido a sarcoidose ocular: uma revisão de literatura

  • Autor
  • Ana Paula Barroso de Melo
  • Co-autores
  • Kétuny da Silva Oliveira , Benedito Antônio de Sousa
  • Resumo
  • Introdução

    A sarcoidose (SD) é uma doença inflamatória crônica, multissistêmica e de causa desconhecida. O comprometimento pulmonar, hepático e linfático é comum, assim como o comprometimento ocular caracterizado por infiltrado granulomatoso não caseoso intra-ocular e bilateral, também chamado de uveíte.

    Metodologia 

    Foram pesquisados artigos científicos em bases de dados como Pubmed e Google Scholar com as palavras chave: “ocular sarcoidosis”. Os filtros utilizados foram: “review” e “5 years”, tendo sido encontrados 45 artigos sendo incluídos apenas as revisões significativas para o estudo realizado.

     Discussão 

    O olho é o terceiro órgão mais afetado na SD e seu acometimento geralmente é bilateral. A uveíte é considerada a manifestação ocular mais comum. Na uveíte anterior há uma iridociclite bilateral granulomatosa, com precipitados granulomatosos do tipo mutton-fat, sinéquias anteriores e posteriores, epífora, dor, fotofobia, hiperemia conjuntival, nódulo de coroide, nódulos de Koeppen/Busacca e nódulos na conjuntiva, podendo levar à catarata e glaucoma. Na uveíte intermediária há escotomas, visão embaçada, vitreíte e snow balls. A uveíte posterior é caracterizada por periflebite segmentar ou nodular, candle wax dripping, coriorretinite, granulomas coroidianos ou do disco óptico, nódulos retinianos, edema macular cistoide, isquemia da retina e neovascularização do disco óptico, escotomas e alteração de campo visual, podendo evoluir para cegueira. Granulomas retinianos muito grandes podem causar descolamento da retina. Quando a glândula lacrimal é acometida, pode haver eritema e edema palpebral, diminuição da produção lacrimal, diplopia, obstrução do ducto nasolacrimal e ceratoconjuntivite seca. O diagnóstico definitivo é confirmado com a biópsia positiva e a uveíte compatível. O tratamento é realizado com corticosteroides tópicos ou sistêmicos e, em casos refratários, imunossupressores, como o metotrexate, azatioprina, micofenolato mofetil e ciclosporina.

    Conclusão

    Devido às graves consequências da SD ocular, como cegueira e phthisis bulbi, é fundamental realizar o diagnóstico precoce. Portanto, pacientes com uveíte aguda ou crônica, granulomatosa ou não, após excluídas outras causas de uveítes, devem ser investigados para SD. Pacientes com o diagnóstico firmado de SD, mesmo que não tenham sintomas oculares e possuam quadro clínico estável, devem realizar acompanhamento oftalmológico regular. Mais estudos se fazem necessários.

  • Palavras-chave
  • Sarcoidose ocular, uveíte, sarcoidose
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