Introdução
A sarcoidose (SD) é uma doença inflamatória crônica, multissistêmica e de causa desconhecida. O comprometimento pulmonar, hepático e linfático é comum, assim como o comprometimento ocular caracterizado por infiltrado granulomatoso não caseoso intra-ocular e bilateral, também chamado de uveíte.
Metodologia
Foram pesquisados artigos científicos em bases de dados como Pubmed e Google Scholar com as palavras chave: “ocular sarcoidosis”. Os filtros utilizados foram: “review” e “5 years”, tendo sido encontrados 45 artigos sendo incluídos apenas as revisões significativas para o estudo realizado.
Discussão
O olho é o terceiro órgão mais afetado na SD e seu acometimento geralmente é bilateral. A uveíte é considerada a manifestação ocular mais comum. Na uveíte anterior há uma iridociclite bilateral granulomatosa, com precipitados granulomatosos do tipo mutton-fat, sinéquias anteriores e posteriores, epífora, dor, fotofobia, hiperemia conjuntival, nódulo de coroide, nódulos de Koeppen/Busacca e nódulos na conjuntiva, podendo levar à catarata e glaucoma. Na uveíte intermediária há escotomas, visão embaçada, vitreíte e snow balls. A uveíte posterior é caracterizada por periflebite segmentar ou nodular, candle wax dripping, coriorretinite, granulomas coroidianos ou do disco óptico, nódulos retinianos, edema macular cistoide, isquemia da retina e neovascularização do disco óptico, escotomas e alteração de campo visual, podendo evoluir para cegueira. Granulomas retinianos muito grandes podem causar descolamento da retina. Quando a glândula lacrimal é acometida, pode haver eritema e edema palpebral, diminuição da produção lacrimal, diplopia, obstrução do ducto nasolacrimal e ceratoconjuntivite seca. O diagnóstico definitivo é confirmado com a biópsia positiva e a uveíte compatível. O tratamento é realizado com corticosteroides tópicos ou sistêmicos e, em casos refratários, imunossupressores, como o metotrexate, azatioprina, micofenolato mofetil e ciclosporina.
Conclusão
Devido às graves consequências da SD ocular, como cegueira e phthisis bulbi, é fundamental realizar o diagnóstico precoce. Portanto, pacientes com uveíte aguda ou crônica, granulomatosa ou não, após excluídas outras causas de uveítes, devem ser investigados para SD. Pacientes com o diagnóstico firmado de SD, mesmo que não tenham sintomas oculares e possuam quadro clínico estável, devem realizar acompanhamento oftalmológico regular. Mais estudos se fazem necessários.
Comissão Organizadora
Congresso Médico UCB
Mariana Martins Castro
Anna Luiza Brito Franceschini
Gabriel Andrade de Santana Xavier
Débora de Freitas Britto Rêgo
Marcos Filipe Bueno Langkamer
Isadora
Caroline Beatriz Santos Oliveira
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Marcela Carvalho
Lucas Anversa Tiarling
Marcella Barreto Campos
Filipe Alves Ramos
Laura Olivia Tavares Souto
Ana Gabriella Tittoto
Weberth Oliveira Santos
Ana Beatriz Stella Marques Mendes
João Vitor Gonçalves Marques
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Comissão Científica