Alopecia sifilítica: relato de caso

  • Autor
  • Mariana Neiva Garcia
  • Co-autores
  • Alessandro Porto e Auad , Filipe Alves Ramos , Natália Solon Nery
  • Resumo
  • Introdução:

    As infecções sexualmente transmissíveis representam a quinta causa mais comum de consultas médicas no Brasil, sendo que dentre as causadas por bactérias, sífilis é a mais prevalente no país. Relatamos o caso de um paciente com manifestação incomum de sífilis secundária.

    Descrição do caso:

     

    Homem, 25 anos, procurou serviço de dermatologia queixando-se de queda de cabelo há 1 semana. Um mês antes apresentou rash eritematoso não pruriginoso disseminado, associado a linfadenomegalia cervical, odinofagia, poliartrite de mãos, punho direito e tornozelo, que melhoraram após uso de antiinflamatório prescrito por ortopedista. O paciente relata relações homossexuais com múltiplos parceiros e sem proteção três meses antes da consulta. Ao exame, notou-se pequenas placas de alopecia não cicatriciais difusas no couro cabeludo. Exames laboratoriais revelaram VDRL 1:128 e sorologia para vírus da imunodeficiência humana (HIV) negativa. Diante da suspeita de sífilis secundária, adotou-se tratamento com penicilina benzatina 2.400.000 UI, por via intramuscular durante 2 semanas e durante o seguimento observou-se crescimento capilar 3 meses após o término do tratamento.

    Discussão:

    Umas das manifestações da sífilis secundária que tende a ser esquecida, ocorrendo atraso no diagnóstico e danos ao paciente é a perda de cabelos. Existem dois tipos de alopecia causadas pelo Treponema pallidum: alopecia sintomática associada a outras lesões do secundarismo e a alopecia sifilítica essencial. O quadro clássico é o padrão "em roído de traça" ou "cisalhamento", caracterizado por placas de alopecia parcialmente despeladas, de tamanho irregular, sem sinais inflamatórios ou descamações. Localizam-se predominantemente na região parieto-occipital, possivelmente devido a maior depósito de treponemas, já que são áreas mais vascularizadas do couro cabeludo. Diante de alopecia difusa aguda, associada ao eritema cutâneo típico da sífilis ou à linfoadenopatia, o diagnóstico pode ser sugerido e confirmado pelo teste sorológico positivo, dispensando a biópsia.

    Conclusão:

     

    Esse caso ilustra uma das diversas apresentações de sífilis secundária, sendo imperativo que os clínicos estejam familiarizados às distintas manifestações da doença, devido à sua grande prevalência no Brasil. Percebe-se a importância em conhecer esse quadro clínico, uma vez que o tratamento precoce da sífilis permite a recuperação completa do paciente e evita complicações potencialmente graves. 

     

  • Palavras-chave
  • Alopecia Sifilítica, diagnóstico da alopecia sifilítica, manifestação da sífilis secundária
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