Crise tireotóxica após angina eritematopultácea: um relato de caso

  • Autor
  • Adriely Melo de Oliveira
  • Co-autores
  • Milena Mardegan Oliveira , Giovanna Guerra de Sousa , Henrique Puton , Marcus Gabriel Corrêa Loureiro , César Omar Carranza Tamayo
  • Resumo
  • Introdução: A crise tireotóxica (CT) corresponde a uma exacerbação da sintomatologia do estado hipertireoideo. Apesar de raro, equivalendo-se a 1% dos quadros de internação por tireotoxicose, sua mortalidade pode chegar a 30% se não diagnosticada precocemente. Descrição do caso: Paciente feminina, 21 anos, buscou serviço de saúde com queixas de odinofagia, cefaleia e febre recentes. Apresentava há 1 ano clássicos sintomas de hipertireoidismo: perda ponderal, alopécia, taquicardia, palpitação, tontura, hiperidrose, dificuldade de concentração, diarreia, exoftalmia e aumento de região cervical. Exames laboratoriais e de imagem confirmaram o diagnóstico de angina eritematopultácea e doença de Graves. Além disso, recebeu diagnóstico clínico de CT iminente. Foi tratada com antimicrobiano e estabilizada quanto ao quadro endócrino. Após alta, seguiu em acompanhamento ambulatorial. Onze dias após cursou com nova admissão e, desta vez, diagnóstico definitivo de CT. Foi tratada com hidrocortisona, propranolol e propiltiouracil. Recebeu alta 29 dias após a segunda internação, período no qual esteve aguardando cintilografia da tireóide. Discussão: A CT acomete sobretudo pacientes com doença de Graves, do sexo feminino, entre 30 e 60 anos. Assim como no caso exposto, é usualmente desencadeada por infecções, traumas, e outros estados hipermetabólicos ou hiperadrenérgicos. O diagnóstico é essencialmente clínico e auxiliado pelos critérios de Burch & Wartofsky, que se baseiam na temperatura, efeitos no sistema nervoso central, disfunção gastrointestinal e hepática, taquicardia, insuficiência cardíaca congestiva, fibrilação atrial e história precipitante. O score vai de 0 a 140. Menor que 25 indica diagnóstico de CT pouco provável, entre 25-44 CT iminente e acima de 45 CT confirmada. O tratamento requer estabilização hemodinâmica e busca ativa por focos infecciosos. Podem ser utilizados betabloqueadores, tionamidas e glicocorticóides, como no caso descrito. Como último recurso pode ser recomendada plasmaferese. Conclusão: A CT é uma emergência médica. No caso exposto fica evidente a atuação do processo infeccioso como agente desencadeante na descompensação endócrina da paciente. A ausência de um diagnóstico prévio de hipertireoidismo por Graves pode ser um fator de atraso ao diagnóstico da crise tireotóxica, acarretando maiores taxas de mortalidade. A unificação de uma classificação diagnóstica e o tratamento adequado e precoce são fundamentais no sucesso da reversão do quadro do paciente.

  • Palavras-chave
  • Hipertireoidismo, crise tireotóxica, angina eritematopultácea
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