Hiperglicemia: um sintoma predizente de mortalidade e complicações na COVID-19
1.Introdução
A carga de doença infecciosa pelo Sars-Cov-2 tem aumentado continuamente. Com a alta prevalência de diabetes no Brasil, é importante compreender os aspectos dessa infecção em hiperglicêmicos. Diante disso, evidências demonstram que a hiperglicemia piora o prognóstico e a mortalidade.
2.Metodologia
Foi realizada uma revisão bibliográfica pelo levantamento de materiais nas bases de dados Pubmed, Google Acadêmico, The New England Journal Of Medicine e Up to Date. Utilizou-se as seguintes palavras-chaves: “COVID-19”, “hiperglicemia”, “coronavírus”, “diabetes” e “predisposição”. Todos os artigos elegidos datam de 2020.
3.Discussão
O diabetes é fator de risco e de pior prognóstico quando associado a diversas doenças, pois gera hiperglicemia, supressão do sistema imune e aumento da hemoglobina glicada. No entanto, pacientes não diabéticos também possuem pior prognóstico da COVID-19 (Corona Virus Disease 2019) ao apresentarem hiperglicemia na fase aguda da doença. Em um estudo com 605 pacientes com COVID-19, a glicemia de jejum ? 7,0 mmol/L na admissão foi um preditor independente para mortalidade em 28 dias nos pacientes, mesmo sem diagnóstico prévio de diabetes. Em outro estudo, pacientes com diabetes apresentaram maior elevação na contagem de neutrófilos, taxa de sedimentação eritrocitária e D dímero, e maior redução no número de células sanguíneas. Assim, constata-se que a hiperglicemia causa aumento abrupto de mediadores inflamatórios e induz a glicosilação dos receptores de angiotensina 2. Esse processo é necessário para que o Sars-Cov-2 se ligue ao receptor e invada a célula. Portanto, quanto mais receptores glicosilados, mais células serão invadidas e pior o prognóstico. Visto isso, um estudo avaliou os exames de imagem de pacientes com e sem hiperglicemia de fase aguda, averiguando que a hiperglicemia é um fator preditor dos achados radiológicos patológicos da covid-19. Contudo, o mecanismo pelo qual o novo coronavírus gera o estado de hiperglicemia não é elucidado.
4.Conclusão
É evidente que o estado hiperglicêmico agrava o prognóstico da infecção por Sars-Cov-2, ao promover, principalmente, um estado inflamatório e pior controle glicêmico do paciente. Dada a atual relevância epidemiológica do novo Coronavírus e a alta prevalência de diabéticos na população brasileira, é irrefutável a necessidade de especial atenção e manejo dos pacientes com quadro de hiperglicemia, de forma a estabelecer um melhor prognóstico e reduzir a mortalidade pela COVID-19.
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