Introdução: O sarampo já foi a principal causa de morbimortalidade na infância, até ser erradicado do Brasil em 2016. Contudo, desde 2018, devido a queda da cobertura vacinal, tem ocorrido novos surtos. Dessa forma, é necessário compreender essa realidade para a melhoria da saúde pública no país. Metodologia: Realizou-se um estudo ecológico, transversal e descritivo. Coletou-se os dados, em duas bases de dados secundários, sobre a cobertura da vacina tríplice viral e o número de casos confirmados de sarampo no Brasil, entre 2013 e 2019. Utilizou-se os dados de vigilância epidemiológica no DATASUS, para coletar a taxa de cobertura vacinal no país e os casos confirmados de sarampo, oriundos da notificação ao Sistema de Notificação de Agravos do Sistema Único de Saúde (SINAN). Também utilizou-se a database da Organização Mundial da Saúde para coletar o número de casos nesses anos. Calculou-se, então, a variação total entre a cobertura vacinal entre os anos de 2013 e 2019, as variações anuais e a incidência de sarampo neste período para análise dos números de casos. Resultados: A cobertura em 2013 foi 88,2% e caiu, em 1,4%, para 86,9% em 2019. Nesses anos, 2014 teve maior taxa, 102,8% e 2017 a menor, 79,6%. Sobre os casos confirmados, não houveram notificações em 2016 e 2017 e, em 2018, notificaram-se 10328 casos e 13489, em 2019. Discussão: Em 2014, a cobertura vacinal ultrapassou 100%, visto que a vacinação foi realizada para além da população alvo. Os resultados revelam que de 2014 para 2017 houve uma queda de 22,6% na cobertura vacinal, atingindo a menor porcentagem do período. Essa alteração foi acompanhada pela fuga de venezuelanos da crise política, econômica e social de seu país. Dessa forma, a maior incidência de casos nesse período é explicada pela redução da cobertura vacinal seguida pela entrada de imigrantes infectados. Após o surto, a incidência de casos confirmados de sarampo foi de 4,9/100 mil habitantes em 2018, ocorrendo, em 2019, um aumento para 6,4/100 mil habitantes. Conclusão: Embora a vacina tríplice viral seja oferecida gratuitamente na rede pública, nota-se uma redução da cobertura nesses anos; alteração que foi acompanhada diretamente pelo aumento da incidência de casos. Há hipóteses multicausais para o quadro, como o avanço dos movimentos antivacina, problemas na divulgação das campanhas de imunização e piora do acesso à saúde por parte da população. Fatores que, apesar de carecerem de evidências para confirmação, auxiliam na análise da situação.
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