Introdução. O grupo de homens transgêneros possui especificidades que devem ser consideradas, sobretudo na saúde. No ciclo gravídico-puerperal, isso é ainda mais importante, pois é um período complexo e afeta o indivíduo, a criança e núcleo familiar. O estudo investigou tais particularidades. Metodologia. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, nas bases de dados SciELO, Biblioteca Virtual em Saúde e Google Scholar, utilizando os descritores “Transgêneros”, “Direitos Reprodutivos”, “Período gestacional”, na primeira semana de outubro de 2020. Foram coletados artigos publicados no período de 2016 a 2019. Discussão. A participação da comunidade transgênera no sistema público de saúde é deficitária. O desrespeito ao nome social e a transfobia são fatores que contribuem para isso. Esse cenário é preocupante, principalmente quando há gestação, pois há maior necessidade de acompanhamento. Sendo assim, tem-se a relevância da capacitação profissional para melhor acolhimento dessa população, visando uma assistência efetiva. Ademais, a importância do planejamento familiar é maximizada no caso de transgêneros, para destacar o direito reprodutivo de todos e orientar sobre cuidados, como quanto à terapia com testosterona que dificulta o ciclo ovulatório, mas não impede a gestação. Além disso, essa administração hormonal é contraindicada na gravidez, pois pode trazer consequências, como virilização fetal. Logo, deve-se haver um cuidado maior durante o acompanhamento. Homens transgêneros também possuem uma realidade, por vezes, com discriminação e violência, que pode gerar ausência de redes de apoio e vivência em ambientes insalubres. Desta forma, há maior necessidade de cuidado psicossocial, de modo a identificar e atuar diante de tais situações. Sobre o puerpério, o indivíduo pode ter realizado procedimentos de reconstrução torácica, o que impede o aleitamento materno e, assim, faz-se preciso orientar a família no que concerne à alimentação da criança. Conclusão. Diante do exposto, tem-se que homens transgêneros são indivíduos que necessitam de uma atenção à saúde que leve em consideração suas especificidades, principalmente na circunstância de uma gestação, como dificuldade no acesso ao sistema de saúde, fragilidades sociais, e garantia de uma gestação e nascimento livres de riscos. É essencial incorporar esta temática nos currículos dos cursos de formação médica, seja na graduação ou pós-graduação.
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