Introdução: O câncer de colo uterino é o terceiro tipo de câncer mais frequente nas mulheres, sendo o Papiloma vírus humano (HPV) o agente etiológico principal na patogênese da doença. Durante a gestação, a doença pode acometer cerca de 0,05% a 0,1% das gestantes. Descrição de caso: G.F.S., 22 anos, gestante, 27S + 01D. Paciente buscou o pronto socorro referindo dor em baixo ventre. Relatou G4P2A1, menarca 10A, sexarca 14A, parceiros 2, última colpocitologia oncótica há 5 anos. Nega tabagismo e etilismo, nega histórico de câncer ginecológico na família. No exame especular se evidenciou lesão em colo uterino. O resultado da biópsia demonstrou a presença de neoplasia intraepitelial maligna do tipo carcinoma de células escamosas de grau II (moderadamente diferenciado). A conduta estabelecida foi programar uma possível interrupção da gestação para 34 semanas com posterior tratamento oncológico. Discussão: Ocasionalmente, pacientes com carcinoma cervical em estágio I se apresentam assintomáticas no momento do diagnóstico. Entretanto, em estágios mais avançados, relatam conteúdo vaginal amarelado, fétido ou com sangue, sangramento pós-coito e dor vaga no hipogástrio. O diagnóstico de carcinoma cervical baseia-se em achados clínicos, inspeção do colo uterino, exames citológicos, colposcopia e biópsia direcionada. Em gestantes, o tratamento desta situação dependerá da idade gestacional no momento do diagnóstico, estadiamento da doença, tamanho da lesão e do desejo da paciente em manter a gravidez e a fertilidade. Quando o diagnóstico é feito após o 25° semana de gestação, o método de escolha é esperar a maturidade pulmonar fetal para realização da cesariana, seguido por histerectomia radical com linfadenectomia, ou quimioterapia mais radioterapia. Conclusão: A identificação de lesões precursoras do câncer durante a gestação é uma situação desafiadora para o ginecologista, principalmente pela dificuldade diagnóstica, pela preocupação com complicações obstétricas e pelas opções terapêuticas mais restritas. Gestantes com citologia anormal devem ser avaliadas de forma minuciosa, considerando as especificidades de cada paciente. Na maioria dos casos, a reavaliação pós-parto é a conduta mais indicada, devido à alta taxa de regressão das lesões.
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