Introdução: A ECMO é uma terapia temporária de suporte cardíaco e/ou respiratório aos pacientes com chances de recuperação de desconforto respiratório agudo ou de parada cardíaca. O presente trabalho visa discutir os efeitos metabólicos da ECMO e os aspectos que levaram à escolha da terapêutica.
Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura por seleção de artigos relacionados à temática proposta nas plataformas PubMed e Scielo, no período de 2016 a 2020, com o uso de descritores: “ECMO”, ”metabolic” e “effects”. Foram encontrados 311 artigos, sendo selecionados 8 em inglês e espanhol, utilizando os seguintes critérios de exclusão: repetição e não disponibilidade para acesso gratuito.
Discussão: A ECMO foi utilizada pela primeira vez, em 1954, em pacientes com falência respiratória e, desde então, em pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) ou em parada cardíaca diante do insucesso do tratamento convencional. Há duas formas de acesso à ECMO: venovenosa, requerida em insuficiência respiratória com função cardiovascular preservada, e venoarterial, destinada para suporte cardíaco com função pulmonar preservada. Em ambas formas de acesso, houve relatos de complicações na própria membrana, piora das trocas gasosas e lesão renal aguda. Os efeitos metabólicos incluem hipercapnia, acidose metabólica e, em alguns casos, falência renal quando usado em pacientes com insuficiencia respiratória. A susceptibilidade à lesão renal aguda (LRA) ocorre não só devido à doença primária, mas também pela própria terapia. A incidência de LRA é estimada em cerca de 70-85% dos pacientes submetidos à ECMO e sua presença aumenta muito a taxa de mortalidade. Estudos também relacionaram a ECMO com sobrecarga volumétrica de ventrículos e átrios, sendo que o ventrículo esquerdo (VE) é mais reativo a essas mudanças quando comparado ao direito. Assim, o VE demonstrou possuir maior capacidade de alterar a utilização do substrato para produção de metabólitos, como ácido o láctico, aumentando suas reservas de fosfato de alta energia durante o repouso miocárdico.
Conclusão: A partir da bibliografia, nos estudos que se referem ao tratamento de cardiopatas, a ECMO não provocou muitos efeitos metabólicos ao comparar com os resultados de pacientes com SDRA, que tiveram complicações, tais como acidose metabólica e falencia renal. Dessa forma, a ECMO traz perdas para pacientes com insuficiência respiratoria hipoxêmica e hipercápnica e tende a ter resultados mais proveitosos quando utilizada nos pacientes em parada cardiorrespiratória.
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Congresso Médico UCB
Mariana Martins Castro
Anna Luiza Brito Franceschini
Gabriel Andrade de Santana Xavier
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Marcos Filipe Bueno Langkamer
Isadora
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Weberth Oliveira Santos
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Clarissa de Lima Oliveira e Silva
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