Introdução: Ascaris é um verme comum que pode levar a infecções assintomáticas, ou que cursem com tosse e dores abdominais, o tratamento costuma ser fácil com Albendazol e mebendazol. Contudo em 2,1% dos casos, se instala no trato biliar e gerar complicações que necessitem de intervenção cirúrgica.
Metodologia: Revisão de literatura nas plataformas PubMed/MEDLINE, SciELO e LILACS; descritores (“ascariasis” AND “biliary” AND “surgery”). Incluídos artigos nacionais e internacionais de revisões sistemáticas e de literatura, publicados nos últimos 10 anos, sendo admitidas 5 publicações científicas.
Discussão: A Ascaridíase biliar é uma patologia rara que ocorre prevalentemente em crianças pré-escolares de baixa renda. O helminto adulto é encontrado no intestino humano, podendo migrar para o sistema hepatobiliar em alta carga parasitária. A instalação do verme na vesícula compreende 2,1% dos casos de ascaridíase e pode ser identificada por ultrassonografia. No trato biliar, as lesões são causadas por uma obstrução mecânica ou por indução de espasmo esfinctérico. As manifestações clínicas são dor abdominal intermitente e vômitos (56%), febre e icterícia (25%), colelitíase (13%) e abscesso hepático (1%). Evolui com resolutividade espontânea, porém os casos que manifestam ascaridíase complicada necessitam de uma intervenção cirúrgica. As complicações mais comumente encontradas à obstrução biliar são colangio-hepatite, abscesso hepático, pancreatite e repercussões intestinais. Nas formas complicadas o tratamento clínico com antiespasmódicos, antibioticoterapia, anti-helmínticos e através da extração endoscópica tem se mostrado resolutivos. Contudo, em aproximadamente 10% dos casos, o verme persiste na ampola, nessas situações é preciso considerar a intervenção cirúrgica. A escolha da técnica depende dos achados intra-operatórios, destacando-se a coledocotomia longitudinal distal e lavagem biliar com cateter de Fogarty.
Conclusão: A intervenção cirúrgica em casos complicados, com coledocotomia ou lavagem biliar, depende de uma resposta negativa à rápida intervenção farmacológica, e mostra-se essencial se há a persistência do verme na ampola para, dessa forma, prevenir danos maiores como pancreatite, colecistite, colangite e abscesso hepático.
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Clarissa de Lima Oliveira e Silva
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