Introdução
O primeiro contato médico do paciente com transtorno de escoriação (TDE) é o dermatologista. Presente em 2% dos pacientes dermatológicos, apenas minoria dos médicos sabem reconhecer e tratar o TDE. É essencial à prática clínica o conhecimento das atualizações no manejo não medicamentoso.
Metodologia
Realizou-se uma revisão integrativa de literatura a partir de busca ativa na base de dados PubMed, filtrando-se artigos dos últimos 5 anos. Os descritores utilizados foram: “excoriation disorder”, “dermatillomania” e “skin picking” – somados e simultaneamente. Obteve-se 359 resultados, selecionados 52 desses pela leitura do título e incluídos 15 artigos através da leitura dos resumos.
Discussão
O transtorno de escoriação (skin picking) é caracterizado pelo comportamento de lesionar a pele normal ou com mínima irregularidade. Quase sempre há doença psiquiátrica de base, além de afecções na pele que podem ser estímulo tátil e visual para escoriações, demandando atenção e encaminhamento adequado. O estigma das doenças psiquiátricas é o principal motivo do TDE resultar em uma primeira consulta dermatológica. Ao abordar o paciente, deve-se explicar a etiologia compartilhada, visando auto aceitação e compreensão de possíveis agravos mentais associados. Existem duas abordagens comportamentais muito eficazes: treino de reversão de hábito (TRH) e terapia cognitivo comportamental (TCC). O TRH são orientações passíveis de primeira abordagem pelo dermatologista, como anular compulsões com o fechar das mãos, pedir alerta a amigos e família ao perceberam compulsões, barreiras mecânicas, perceber e evitar gatilhos, e evitar se isolar em casa. A TCC deve ser realizada por profissional habilitado, e seu uso online, em implementação, vem se mostrando positivo. Estudos recentes apontam piora de escoriações durante o sono, e que melhorar sua qualidade é importante. O destaque são braceletes com sensor que sinaliza movimentos sugestivos de escoriação. São necessários mais estudos sobre sua eficácia, já sendo apontando que o sensor térmico pode ser melhor do que o de movimento.
Conclusão
Os avanços no manejo do TDE advêm do atual reconhecimento no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), porém ainda há muito a se desenvolver. A melhor capacitação dos dermatologistas, frente ao transtorno psiquiátrico, é a medida mais urgente, visando aprimorar o tratamento multiprofissional. Deve-se conscientizar também a população sobre a doença e orientar como buscar ajuda, pois o TDE é estigmatizado, muito prevalente na população, pouco discutido.
Comissão Organizadora
Congresso Médico UCB
Mariana Martins Castro
Anna Luiza Brito Franceschini
Gabriel Andrade de Santana Xavier
Débora de Freitas Britto Rêgo
Marcos Filipe Bueno Langkamer
Isadora
Caroline Beatriz Santos Oliveira
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Marcela Carvalho
Lucas Anversa Tiarling
Marcella Barreto Campos
Filipe Alves Ramos
Laura Olivia Tavares Souto
Ana Gabriella Tittoto
Weberth Oliveira Santos
Ana Beatriz Stella Marques Mendes
João Vitor Gonçalves Marques
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Comissão Científica