Introdução: A pandemia da COVID-19 foi declarada em 2020 e, devido à agressão pulmonar, a intubação orotraqueal (IOT) tem sido um procedimento muito realizado. Já que a IOT pode causar aerossolização, os médicos são expostos e devem adotar cuidados com relação ao contato com a via aérea contaminada.
Metodologia: foi realizada busca nas bases de dados Medline e Lilacs via PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com os descritores "Intratracheal intubation", “airway” AND "COVID-19". Foram selecionados 23 artigos publicados em 2020, incluindo ensaios clínicos, estudos observacionais e revisões sistemáticas.
Discussão: as recomendações para a IOT segura em pacientes com COVID-19 foram feitas a partir da experiência de profissionais e da literatura atual. É de suma importância que o médico mais experiente realize a IOT, com o auxílio de equipe própria para a realização de IOT, treinada e capacitada. Dentre as principais medidas a serem tomadas para o procedimento, estão: uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPI’s); comunicação eficiente entre os membros da equipe; realização de check-lists; limitação do número de indivíduos na sala do procedimento; maximização da pré-oxigenação do paciente antes da IOT; evitar o uso de equipamentos geradores de aerossol (bolsa-válvula-máscara, cateter nasal de alto fluxo) para pré-oxigenação; utilização de bloqueadores neuromusculares na indução para evitar a tosse (rocurônio, succinilcolina); preferência pela indução em sequência rápida e pelo uso de videolaringoscópio; clampeamento do tubo endotraqueal antes de conectá-lo ao ventilador mecânico; acoplamento de filtro entre o tubo e o ventilador; evitar a ausculta do tórax; retirada adequada dos EPI’s; e desinfecção da sala após procedimento. A confirmação da localização correta do tubo endotraqueal pode ser feita de forma clínica (expansão bilateral e simétrica tórax), pela análise da capnografia e também pelo uso de aparelho de ultrassom ou radiografia de tórax.
Conclusão: as medidas recomendadas visam reduzir a aerossolização e a transmissão da doença. A formação de equipe treinada para a IOT por meio de simulações é importante para evitar mais de uma tentativa e é preciso eleger o médico mais experiente para realizar a IOT. Por fim, a indução em sequência rápida e a adoção de medidas de paramentação e desparamentação são cuidados valiosos para a manipulação da via aérea de pacientes com COVID-19, e o uso de videolaringoscópio para IOT é recomendado.
Comissão Organizadora
Congresso Médico UCB
Mariana Martins Castro
Anna Luiza Brito Franceschini
Gabriel Andrade de Santana Xavier
Débora de Freitas Britto Rêgo
Marcos Filipe Bueno Langkamer
Isadora
Caroline Beatriz Santos Oliveira
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Marcela Carvalho
Lucas Anversa Tiarling
Marcella Barreto Campos
Filipe Alves Ramos
Laura Olivia Tavares Souto
Ana Gabriella Tittoto
Weberth Oliveira Santos
Ana Beatriz Stella Marques Mendes
João Vitor Gonçalves Marques
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Comissão Científica