Estudo epidemiológico do impacto do COVID-19 nas notificações dos casos de dengue em 2020 no Brasil

Estudo epidemiológico do impacto do COVID-19 nas notificações dos casos de dengue em 2020 no Brasil

• Autor
• Dayane Briere
• Co-autores
• Vanessa Soares Andrade Moraes , Matheus Viganô Leal , Débora Luíza Albano Fulgêncio
• Resumo

• Introdução: A dengue é um arbovírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, e possui caráter sazonal no Brasil, durante o verão. O primeiro caso de coronavírus no Brasil ocorreu em março. O objetivo desse estudo foi avaliar se houve impacto nas notificações de dengue no período de pandemia. Metodologia: Realizou-se a comparação dos dados coletados nas plataformas DataSUS e SINAN, e nos boletins epidemiológicos entre os anos de 2019 e 2020 para avaliar o quadro de notificações referentes à dengue no período da pandemia do coronavírus (COVID-19). Os boletins epidemiológicos foram utilizados para analisar os casos de dengue do período entre a 1ª e 34ª semana epidemiológica de 2019 e 2020, em que foram analisadas as 5 regiões de notificação do Brasil. Também realizou a análise do boletim epidemiológico especial relacionado ao COVID-19 em 2020. Na plataforma do DataSUS, utilizou-se a ferramenta Tabnet para analisar os dados referentes ao número de internações por dengue clássica em 2019 e 2020 incluindo as 5 regiões do Brasil. Discussão e Resultados: Foram analisados os casos de dengue da 1ª a 34ª semana epidemiológica de 2020 onde, para cada 100 mil habitantes, ocorreram 106,7 na região Norte, 240,7 na região Nordeste, 339,1 na região Sudeste, 929,2 na região Sul e 1159,9 na região Centro-Oeste. Sendo que em 2019, no mesmo período epidemiológico, ocorreram 147,9 na região Norte, 317 na região Nordeste, 1139,2 na região Sudeste, 145,6 na região Sul e 1196,1 na região Centro-Oeste. Com queda aproximada de 27,85% no Norte, 24,06% no Nordeste, 70,23% no Sudeste e 3,02% no Centro-Oeste no ano de 2020. Já no Sul houve um aumento de 538,18% em relação ao ano de 2019. Quanto ao número de internações totais referente as 5 regiões do Brasil no período de janeiro a julho, em 2019, ocorreram 41.471 e em 2020, ocorreram 29.633, mostrando uma queda de 28,54%. Essa redução pode ser atribuída a mobilização dos profissionais de saúde para os casos de COVID-19; e também para a semelhança dos sintomas de ambas as viroses. Conclusões:  A partir da análise dos dados, observou-se quadros de queda em 4 regiões do Brasil e redução do número de internações totais. Assim, diante do novo cenário, nota-se semelhança entre os sintomas das viroses e concentração das equipes de vigilância para a resolução dos casos relacionados ao COVID-19, o que ocasiona um atraso ou subnotificação dos casos de dengue.

• Palavras-chave
• Dengue, coronavírus, epidemiologia, subnotificação.
• Área Temática
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