INTRODUÇÃO: Medicamentos antineoplásicos, ainda que fundamentais para o desfecho positivo no tratamento de câncer, têm efeitos conhecidos no olfato e no paladar. Os prejuízos quimiossensoriais associados trazem importantes consequências nutricionais e de qualidade de vida. METODOLOGIA: As buscas foram realizadas na base de dados PubMed, sendo selecionados artigos originais publicados a partir de 2016. Os descritores utilizadas na busca foram taste, smell e drug. Foram excluídos da seleção os artigos que, após a leitura do título, e, caso necessário, do resumo, indicaram que não se tratavam de efeitos de medicamentos antineoplásicos ou das experiências dos pacientes. DISCUSSÃO: É bem aceito na literatura existente que os medicamentos antineoplásicos causam alterações quimiossensoriais. Embora sejam anatomicamente distintos, tanto o sistema olfatório quanto o gustativo têm papel importante no comportamento alimentar. Foram utilizados 8 estudos, 5 dos quais avaliaram alterações autopercebidas, 2 utilizaram testes químicos e 1 utilizou ambos. Quantos aos medicamentos utilizados pelos participantes, os compostos de platina foram usados em 7 estudos, a capecitabina em 3 e o docetaxel em 2. O restante dos medicamentos, em apenas um dos estudos. Observou-se prejuízo olfatório em 5 dos estudos avaliados, e gustativo em 7. A disgeusia e a hiposmia, os distúrbios mais frequentes, diminuem o prazer associado à alimentação, interferindo no padrão alimentar do paciente. São descritas alterações nas preferências alimentares, acarretando desnutrição e aumento do IMC, com perda de massa magra e elevação do percentual de gordura corpórea. Apesar de haver um consenso de que as alterações sensoriais são limitadas, é importante avaliar seu impacto na qualidade de vida do paciente durante seu tratamento. Ocorrem mudanças nas dinâmicas familiares e sociais, visto que o paciente pode não querer mais cozinhar em casa ou aceitar convites para comer fora, e passa a se sentir um fardo. Um dos estudos relaciona prejuízo olfatório a sintomas depressivos. CONCLUSÃO: Diante do analisado, observa-se que prejuízos gustativos são mais prevalentes do que os olfatórios. Um estudo descreve uma permanência dessas alterações em pesquisas feitas de 1 a 7 anos após o fim do tratamento. Mesmo considerando o sucesso clínico, deve-se considerar os efeitos em qualidade de vida ao prescrever o tratamento, e advertir os pacientes quanto aos efeitos colaterais, principalmente os mais velhos.
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