Título:Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento da Puberdade Precoce Central
Introdução:Puberdade precoce central (PPC) é descrita como a ativação precoce do eixo hipotálamo-hipofisário-gonadal, antes dos 8 anos em meninas e dos 9 anos em meninos. Nessa condição, observa-se o desenvolvimento mamário feminino ou o crescimento dos testículos associado ao avanço da idade óssea.
Metodologia:Trata-se de uma revisão de literatura, para a qual realizou-se buscas ativas nas bases de dados do Google Scholar e PubMed, com o filtro de 2010 a 2020, com os seguintes descritores: “puberdade precoce central”, “epidemiologia”, “diagnóstico” e “tratamento”. Após a leitura dos resumos, foram selecionados 6 artigos, priorizando-se estudos na língua inglesa.
Discussão:PPC provém da interação complexa entre fatores nutricionais, socioeconômicos e genético, podendo haver consequências a longo prazo - perda de altura final, câncer de mama e testicular - especialmente quando inicia antes dos 6 anos. Ao contrário das mulheres, que são comumente idiopáticas, a maioria dos meninos apresenta hamartoma hipotalâmico (HH) como causa orgânica comum (80% dos casos sintomáticos cursam para PPC). Foram identificadas mutações no sistema da kisspeptina e nos genes MKRN3 e DLK1 na PPC e, além disso, notou-se que a exposição aos desreguladores endócrinos que interagem com a sinalização de hormônios esteroides podem ter relação com efeitos adversos. O diagnóstico é baseado no reconhecimento clínico do desenvolvimento puberal progressivo, nas concentrações púberes de LH em condição basal e/ou após estímulo com GnRH e avanço da idade óssea. Exames complementares, como raio X de punho e mão não dominantes, ressonância magnética de encéfalo e ultrassonografia pélvica auxiliam no diagnóstico diferencial. Valores de estradiol feminino não são utilizados no diagnóstico. O tratamento padrão ouro é baseado nos análogos de GnRH de ação prolongada, devendo ser indicado de acordo com os aspectos psicossociais ou pelo retardo na menarca. Implantes subdérmicos de a-GnRH (histrelina) com liberação lenta e contínua por 1 ano também podem ser utilizados.
Conclusão:Apesar dos avanços, a avaliação e o manejo da PPC permanecem desafiadores para endocrinologistas pediátricos. Como é uma doença rara, com incidência estimada entre 1:5.000 à 1:10.000, muitas áreas precisam ser exploradas nos aspectos do manejo clínico, sendo necessária uma maior investigação sobre os efeitos psicológicos e resultados de longo prazo, especialmente em homens, visto que há maior tendência de falha no tratamento ao sexo masculino.
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Congresso Médico UCB
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Isadora
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Weberth Oliveira Santos
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Clarissa de Lima Oliveira e Silva
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