Título: Relação entre a prevenção quaternária e o modelo biomédico de medicalização e diagnóstico.
Introdução: A prevenção quaternária (P4) visa detectar o risco de tratamentos excessivos e evitar intervenções médicas desnecessárias, prevenindo a iatrogenia, efeitos adversos causados por atos médicos. Esta revisão busca relacionar a P4 e o modelo biomédico de medicalização e diagnóstico.
Metodologia: Foram realizadas buscas das produções científicas nas bases de dados SciELO, PubMed e LILACS. Como critério de inclusão foram selecionados artigos com data de publicação posterior a 2009, com os descritores “Prevenção Quaternária”, “Iatrogenia” e “Medicalização”. Foi feita a leitura dos títulos e resumos, em seguida os artigos selecionados foram lidos por completo.
Discussão: Os níveis clássicos de prevenção conhecidos são: prevenção primária, secundária e terciária. Porém, visando aperfeiçoar a prática médica, foi proposta a P4. Diferentemente das outras, a P4 é direcionada à conduta clínico-sanitária do profissional. Além de reduzir a morbimortalidade por causas iatrogênicas, a P4 otimiza os recursos destinados à saúde e permite uma alocação inteligente dos mesmos. A demora permitida é uma ação característica da P4 e trata-se de acompanhar o paciente por um tempo estendido, antes de tomar decisões com relação a meios de diagnóstico ou medicalização. A pressão farmacêutica, o paciente que busca ser medicado e a prática de uma medicina defensiva leva à sobremedicalização. Além disso, o famoso “check-up” em assintomáticos, como a dosagem sistematizada do Antígeno Prostático Específico em homens com mais de 50 anos, exemplifica o uso desnecessário da tecnologia e favorece o sobrediagnóstico. Em uma grande parte dos casos, a ausência de intervenção precoce diminui o risco de adoecimento iatrogênico. A abordagem centrada na pessoa, medicina baseada em evidências e atenção primária com longitudinalidade é o tripé na luta contra o uso equivocado de métodos diagnósticos e a medicalização excessiva, filosofia fordista da saúde como linha de produção.
Conclusão: Diante do exposto, para a efetivação da P4 é preciso superar a razão que se julga como única forma de racionalidade, ampliar a concepção de doença e tratamento e praticar uma escuta ativa. Assim, é possível contextualizar cada caso, conhecer as limitações das técnicas e promover uma requisição mais criteriosa de métodos diagnósticos e terapêuticos. O cuidado médico requer o máximo de qualidade e o mínimo de intervenção possível.
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Isadora
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Clarissa de Lima Oliveira e Silva
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