Introdução: O uso de curativos oclusivos sintéticos em tratamento de queimaduras possui o seu alto custo e a baixa eficácia, em feridas mais profundas, como revés para sua ampla utilização. Assim, a pele de peixe tilápia do Nilo (NTFS) surge como um biomaterial alternativo de baixo custo e alta eficácia. Metodologia: Trata-se de uma revisão dos artigos mais recentes sobre a utilização da pele de tilápia no tratamento de queimaduras. A metodologia utilizada foi de pesquisa nas bases de dados Pubmed, Scielo e BVS, entre os anos de 2015 a 2020, com as palavras “pele de tilápia”, “queimadura” e “curativo oclusivo”. O objetivo primordial desse trabalho é entender a eficácia e os benefícios do uso de NTFS. Discussão: Anualmente, cerca de 40 mil pessoas são hospitalizadas devido a queimaduras no país. As lesões comprometem a integridade funcional da pele, desencadeando processo inflamatório que, posteriormente, promove a regeneração das células parenquimatosas, proliferação de tecido conjuntivo, síntese proteica, colagenização e aquisição de força tênsil. Assim, a utilização de NTFS como curativo oclusivo se mostrou eficaz por apresentar estrutura morfológica semelhante a pele humana, evidenciando derme com colágeno tipo 1 que estimula Fatores de Crescimento de Fibroblastos, os quais liberam Fator de Crescimento de Queratinócitos, duas citocinas imprescindíveis para o fechamento das feridas. Ademais, a pele de tilápia demonstrou elevada resistência à tração em quebra, delineamentos em bordos de feridas, nenhuma alteração relevante nos parâmetros hematológicos, boa aderência no leito das feridas, redução da frequência de troca do curativo e capacidade de fixar os tecidos por meio de redução do fluido intersticial, sem provocar degeneração. Os curativos de NTFS quando comparados aos curativos sintéticos apresentaram menor tempo de fechamento de feridas, maior taxa de reepitelização e redução de dor. Associado a eficácia do NTFS, observa-se redução de custos hospitalares, visto que a pele de tilápia é um produto de descarte no território brasileiro se tornando um biomaterial de fácil acesso. Conclusão: Conclui-se que a utilização da NTFS é uma técnica promissora no tratamento de queimados, por apresentar microbiota não infecciosa, grande quantidade de colágeno tipo 1 e estrutura morfológica semelhante à pele humana, além de ser um produto economicamente acessível. Entretanto, mais estudos são necessários para que seja comprovada sua aplicabilidade e seu uso seja disseminado pelo país e incrementado no SUS.
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