Introdução Grandes queimaduras causam aumento da permeabilidade vascular e consequente perda intensa de fluidos e de proteínas plasmáticas intravasculares para o espaço intersticial, o que gera edema, hipoperfusão e choque hipovolêmico. Assim, a reposição volêmica é essencial no manejo desse quadro.
Metodologia Foi realizada uma revisão de literatura, mediante o levantamento bibliográfico de artigos de 2015 a 2020, nas bases de dados PubMed, LILACS e SciELO, com os descritores: “burns”, “management” e “fluid resuscitation”. Foram selecionados artigos internacionais da área das ciências médicas que apresentavam consonância com o tema. Pesquisas anteriores a 2015 foram excluídas.
Discussão O objetivo da ressuscitação volêmica é fornecer a menor quantidade de fluidos para manter a perfusão dos órgãos, pois o excesso dessa reposição pode causar graves complicações, como o edema pulmonar, a síndrome compartimental e a piora da queimadura. Os cristalóides e os colóides são as soluções mais utilizadas nesse manejo. Há diversas controvérsias sobre qual dessas é a ideal para o tratamento dos pacientes queimados. Os cristalóides são baratos e bastantes disponíveis. Dentre eles, o Ringer lactato é o mais indicado por ser uma solução alcalinizante, o que evita a acidose. No entanto, por serem um fluido isotônico, os cristalóides não contribuem de forma imediata para o aumento da pressão oncótica capilar, perpetuando, assim, o extravasamento de líquido e piorando o edema. Em contrapartida, a reposição com colóides (albumina ou plasma), por ser uma solução hipertônica, gera aumento da pressão oncótica vascular, diminuindo o extravasamento e aumentando o influxo do espaço intersticial. Assim, é necessário um menor volume para alcançar os níveis ideais de líquido. Estudos demonstram que a ressuscitação volêmica com colóides diminui a taxa de mortalidade e as outras complicações. Apesar dessas vantagens, os colóides são associados ao aumento do edema pulmonar, não demonstram superioridade em relação ao Ringer lactato e são mais caros.
Conclusão A escolha dos fluidos a serem administrados deve considerar a necessidade individual de cada paciente. A monitorização dos padrões de perfusão, definidos, principalmente, pela pressão arterial média e pelo débito urinário, são imprescindíveis para guiar a terapia e reduzir os riscos de uma reposição em excesso. Contudo, há necessidade de mais pesquisas, visto que ainda não há definição sobre a eficácia de certas soluções em comparação a outras na ressuscitação do paciente queimado.
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Congresso Médico UCB
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Isadora
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Clarissa de Lima Oliveira e Silva
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