Hipotensão permissiva no trauma: uma revisão de literatura.

  • Autor
  • Letícia Santos Kifer
  • Co-autores
  • Caísa Costa Pereira , Jennifer dos Santos Santana , Lívia Novaes Teixeira , Mariana Martins Castro , Luiz Felipe Garcia Alberto de Souza Doria
  • Resumo
  • Introdução: A hemorragia maciça é causa relevante de óbito após traumas graves. Atualmente, busca-se uma ressuscitação hemostática em relação à ressuscitação por volume. Com isso, uma estratégia que corrobora com esse objetivo é a Hipotensão Permissiva (HP), minimizando processos favoráveis à tríade letal.

    Metodologia: O levantamento bibliográfico foi feito a partir das bases de dados PubMed, LILACS e Cochrane. Foram selecionados artigos científicos em inglês e português, delimitando os anos 2015 e 2020, publicados em jornais e revistas nacionais e internacionais. Foram utilizados os seguintes descritores: hipotensão permissiva, ressuscitação permissiva, trauma, permissive hypotension e hemorrhage. 

    Discussão: A ressuscitação volêmica busca minimizar a falência orgânica causada pela hipoperfusão. No entanto, quando realizada de forma agressiva pode agravar a tríade letal - acidose, hipotermia e coagulopatia- , causando um ciclo vicioso de inflamação, extravasamento de fluido do tecido, hipotensão e, consequentemente, infusão de mais fluidos. Manter o paciente em hipotensão a fim de proporcionar o vasoespasmo natural tem sido uma alternativa para minimizar danos decorrentes da infusão de grandes volumes. Estudos com ensaios clínicos randomizados sugeriram um benefício de sobrevida em 30 dias, além da redução da mortalidade intra-hospitalar, com menor necessidade de hemoderivados e menor perda de sangue, quando utilizada a estratégia de HP. Em uma meta-análise utilizando pacientes com Pressão Arterial Sistólica (PAS) em torno de 70-80 mmHg ou Pressão Arterial Média de 50 mmHg e um grupo controle de PAS maior que 90 mmHg, verificou-se que o grupo com baixa pressão arterial recebeu menor transfusão de hemocomponentes, obtendo melhores prognósticos. Ademais, estudos revelam que a hipotensão permissiva não teve impacto na lesão aguda renal, porém obteve menor incidência da síndrome respiratória aguda grave e disfunção múltipla de órgãos, sugerindo que uma menor ressuscitação com fluidos possui benefícios na sobrevida de pacientes com choque hemorrágico traumático. 

    Conclusão: O sangramento intenso é importante causa de óbito evitável após traumas graves. A reposição volêmica nesses pacientes é um consenso, buscando-se restabelecer a perfusão tecidual. Entretanto, a quantidade a ser administrada não é decisão unânime, sendo crescente a escolha pela manutenção da hipotensão. O presente estudo concluiu que a HP deve ser considerada no paciente do trauma, evitando-se a administração excessiva de fluidos e, assim, a manutenção da tríade letal do trauma.

  • Palavras-chave
  • Hipotensão Permissiva, Trauma, Departamento de Emergência.
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