INTRODUÇÃO: O cinema é um recurso audiovisual para representar a sociedade. O filme “Óleo de Lorenzo” expõe o paradoxo entre incompletude do cientificismo pelo médico e o papel diferencial da família na empatia e afetividade. Sendo assim, buscou-se avaliar o impacto biopsicossocial na prática de más notícias. METODOLOGIA: Realizou-se uma revisão assistemática da literatura do filme “O Óleo de Lorenzo”, de George Miller (1992). Utilizou-se as bases SCIELO e PUBMED para seleção, sendo escolhidos artigos que abordavam aspectos bioéticos da relação médico-paciente-família na prática de más notícias. DISCUSSÃO: O filme retrata a mudança de vida de uma família a partir do diagnóstico da adrenoleucodistrofia (ADL). A doença causa mutação no gene ABCD1, que altera o transporte e o metabolismo dos lipídeos. Isso propicia o acúmulo de ácidos graxos de cadeia longa e provoca a destruição da bainha de mielina, prejudicando a passagem dos impulsos nervosos e tornando a doença incurável. A realidade e o conflito interno da família foram expostos, evidenciando principalmente os aspectos emocionais dos pais que se sentiam vulneráveis e culpados pela doença e que carregavam o sentimento de obrigação de amenizar os impactos da evolução da doença na saúde do filho. Percebe-se ainda uma mudança total na dinâmica familiar, isso se revela por mecanismos de aceitação feitos em etapas, fases de luto e denotando um olhar novo sobre a realidade. Ademais, ressalta-se o paradoxo do filme, a visão objetiva e baseada em evidências dos médicos contrapõe a visão amorosa dos pais. A relação médico-paciente, apresentada no filme, mostrou-se não ser a adequada, sendo puramente racional e técnica. No que tange a relação médico-paciente-família, surgem escalas de avaliação de empatia, como a Consultation and Relational Empathy (CARE), que por meio de um formulário tenta alinhar a atenção integral ao paciente e lidar com a empatia através dos processos de referência e contrarreferência de todos os envolvidos. CONCLUSÃO: Entende-se que a harmonia entre médico e paciente baseia-se nos esforços contínuos de ambas as partes. O uso da escala CARE mostrou-se importante, pois há aumento do fornecimento de informações sobre a doença e aumento da participação nas decisões e educação do paciente. Nesses casos o médico deve ressignificar o processo de adoecimento do paciente, conforme feito pela família no filme, que buscou transformar as angústias em esperança, permitindo-lhes encontrar o melhor tratamento para a ADL.
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Isadora
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Marcella Barreto Campos
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Clarissa de Lima Oliveira e Silva
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