INTRODUÇÃO: A Síndrome de Mirizzi consiste na obstrução dos ductos biliares resultante de uma compressão extrínseca secundária a complicações raras da colelitíase e colecistite. Essa condição, no entanto, pode se assemelhar as manifestações clínicas de uma neoplasia maligna das vias biliares.
DESCRIÇÃO DO CASO: CRS, 65 anos, masculino, portador de colelitíase, relata perda de 4 kg, sintomas colestáticos e dor abdominal. Exames laboratoriais com alterações de FA, GGT, TGO, TGP e bilirrubinas. ColangioRM evidenciou estenose do ducto hepático e dilatação das vias biliares intra-hepáticas. Diagnosticado com Síndrome de Mirizzi, submetido a colecistectomia aberta e drenagem de via biliar. Vesícula biliar de aspecto tumoral, endurecida, aderida ao leito hepático e cálculos no interior. Realizado colecistectomia sem intercorrências. Solicitado histopatológico que revelou adenocarcinoma invasor grau II. Realizou-se CPRE que identificou estenose a nível de confluência de hepáticos com dilatação da via biliar a montante, realizada papilotomia com colocação de prótese metálica. A Oncologia indicou tumor irressecável e tratamento não operatório. Paciente teve alta no 21º dia pós-operatório.
DISCUSSÃO: A síndrome de mirizzi é uma afecção causada por compressão extrínseca, seja por impactação de um cálculo no infundíbulo da vesícula ou no ducto cístico, ou por causa tumoral, provocando inflamação e compressão da via biliar. O tratamento baseia-se na colecistectomia, assim como foi feito no C.R.S. Porém, durante a cirurgia foi encontrado uma vesícula com aspecto tumoral. Essa síndrome e algumas neoplasias da vesícula e das vias biliares podem apresentar semelhanças. Os adenocarcinomas só geram sintomatologia como emagrecimento, cólica biliar e síndrome ictérica em estágios avançados, destacando o difícil diagnóstico precoce, inespecífico pelas imagens e pelos marcadores tumorais. Litíase biliar é o fator com maior associação causal, e o exame histopatológico da peça de colecistectomia é a única maneira de confirmação. O tratamento depende do estadiamento e da localização do tumor.
Comissão Organizadora
Congresso Médico UCB
Mariana Martins Castro
Anna Luiza Brito Franceschini
Gabriel Andrade de Santana Xavier
Débora de Freitas Britto Rêgo
Marcos Filipe Bueno Langkamer
Isadora
Caroline Beatriz Santos Oliveira
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Marcela Carvalho
Lucas Anversa Tiarling
Marcella Barreto Campos
Filipe Alves Ramos
Laura Olivia Tavares Souto
Ana Gabriella Tittoto
Weberth Oliveira Santos
Ana Beatriz Stella Marques Mendes
João Vitor Gonçalves Marques
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Comissão Científica