Síndrome de Cushing pela retirada de glicocorticóides exógenos devido a quadro grave de covid-19

  • Autor
  • Juliana de Amorim Santos
  • Co-autores
  • Luiza Bernardes Ferreira , Fernanda Lopes de Araujo , Luiza Palmeira Kavamoto , Beatriz Yara Farias de Amorim Santos
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO Em 2020, a OMS declarou a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 uma pandemia. Uma forma grave dessa doença é a pneumonia viral, que além de repercussões pulmonares, gera uma inflamação sistêmica autoimune, denominada Tempestade de Citocinas. Nesse cenário, recomenda-se o uso de corticosteróides. DESCRIÇÃO DO CASO Feminino, 52 anos, hipertensa. Foi diagnosticada com covid-19 em 05/08/2020, com sintomas respiratórios leves. Após 9 dias, apresentou adinamia, febre e queda do estado geral, iniciando dexametasona 20mg. 4 dias após o início da corticoterapia, evoluiu com febre persistente e saturação de 93%. A tomografia computadorizada de tórax sugeriu acometimento pulmonar de 50%. Iniciou-se pulsoterapia de Metilprednisolona endovenosa nas doses 250mg e 125mg. Iniciou-se desmame da dexametasona. 11 dias após o início da corticoterapia, evoluiu com fácies em lua cheia e pletora facial. 22 dias após o início do corticosteróide, apresentou pápulas eritematosas confluentes em tronco e colo e lesões eritemato-descamativas em áreas de dobras, além de candidíase vaginal. Diagnosticou-se candidíase muco-cutânea, iniciando Nistatina tópica e anti-histamínicos, com remissão após 25 dias. DISCUSSÃO Os corticosteróides têm sido recomendados pela OMS para controlar a fase de hiperreatividade patológica do sistema imune em pacientes graves. Essa resposta inflamatória, expressa pela tempestade de citocinas, aumenta o risco de desconforto respiratório agudo e pode levar à falência de múltiplos órgãos. Sabe-se que esses medicamentos têm uma uma potente ação anti-inflamatória e os estudos evidenciam uma notória melhora dos quadros graves após o seu uso. Contudo, esses fármacos apresentam efeitos adversos, como a Síndrome de Cushing. Essa síndrome gera consequências imunológicas, metabólicas, ósseas e cardiovasculares, aumentando o risco da ocorrência de infecções oportunistas. A candidíase mucocutânea, como no caso relatado, é rara, mas pode ocorrer devido à imunodeficiência. Além disso, essa é uma condição extremamente incômoda para o paciente e de tratamento lento. CONCLUSÃO Dessa forma, está clara a importância do uso de corticosteróides para tratamento dos casos graves de covid-19. Contudo, é importante ressaltar que não há um consenso sobre as doses recomendadas e há poucos estudos que analisam os efeitos adversos do uso de corticoides para tratamento dessa patologia. Assim, é necessário reunir mais evidências que esclareçam o custo benefício do uso destes medicamentos, evitando o uso indiscriminado e a ocorrência desses efeitos prejudiciais.

  • Palavras-chave
  • COVID-19, Síndrome de Cushing, Doenças oportunistas
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