Abordagem da endometriose infiltrativa urinária

  • Autor
  • Ana Júlia Romualdo de Medeiros
  • Co-autores
  • Luiz Fernando Bueno Azeredo D'avila , Eduardo Sousa Amancio da Costa , Bruno Vilalva Mestrinho
  • Resumo
  • Introdução

    A endometriose se caracteriza por estroma ou epitélio endometrial fora da cavidade, prevalente em 6-20% das mulheres em idade fértil, e pode se manifestar como endometriose do trato urinário (ETU), presente em 1-2% das doentes. O objetivo da revisão é comparar possíveis abordagens de tratamento.

    Metodologia

    A revisão bibliográfica foi elaborada a partir do estudo de artigos científicos em

    Português e Inglês publicados nos últimos 4 anos nas bases de dados digitais SciELO, NCBI e no European Urology Journal, usando para a pesquisa as palavras-chave: endometriose vesical; endometriose profunda infiltrativa; abordagem laparoscópica; tratamento cirúrgico.

    Discussão

    Endometriose do trato urinário é rara, presente em 1 a 2% das doentes com endometriose, mas 85% manifesta-se como endometriose vesical (EV). A EV infiltra o detrusor e afeta mais a parede posterior, pode ser primária - manifestação generalizada, ou secundária a uma prática iatrogênica de cirurgia prévias. Quando a bexiga é afetada 70% das pacientes apresentam disúria, dor suprapúbica e hematúria, especialmente peri-menstrual e pode ser confundida com outras patologias urológicas. O envolvimento do trato urinário é representado por nódulos, com retração e distorção da anatomia normal. 

    A EV está associada a um risco de 30%, alguns autores relacionam isso à retirada cirúrgica completa. Porém, como a cirurgia está associada a complicações não impede a recorrência das lesões, atualmente há controvérsias quanto à cirurgia radical e à iatrogenia versus recorrência da EV. Assim, a opção de tratamento que tem se mostrado mais eficaz para EV é a cistectomia parcial, via laparoscopia. A técnica consiste em laparoscopia com paciente sob anestesia geral e decúbito dorsal com membros inferiores espaçados para realizar a cistoscopia. O procedimento permite identificar e delimitar a lesão endométrica, determinar limites e ter maior preservação do órgão. Em seguida, a videolaparoscopia na cavidade pélvica permite identificar lesões nodulares sólidas na bexiga e aderência a outros órgãos.

    Conclusão

    O debate sobre qual seria o melhor tratamento para a endometriose está ganhando força. A questão é travada sob embates entre vantagens e riscos que cada tratamento traz, sendo importante pesar no caso de cada paciente a realização de iatrogenia ou cirurgia, considerando fatores como os riscos da retirada cirúrgica ou práticas de tratamento anteriores. Sendo assim, a primeira abordagem deve ser a terapêutica clínica, reservando o tratamento cirúrgico para casos resistentes.

  • Palavras-chave
  • Endometriose vesical, endometriose profunda infiltrativa, abordagem laparoscópica, tratamento cirúrgico
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