Introdução
A endometriose se caracteriza por estroma ou epitélio endometrial fora da cavidade, prevalente em 6-20% das mulheres em idade fértil, e pode se manifestar como endometriose do trato urinário (ETU), presente em 1-2% das doentes. O objetivo da revisão é comparar possíveis abordagens de tratamento.
Metodologia
A revisão bibliográfica foi elaborada a partir do estudo de artigos científicos em
Português e Inglês publicados nos últimos 4 anos nas bases de dados digitais SciELO, NCBI e no European Urology Journal, usando para a pesquisa as palavras-chave: endometriose vesical; endometriose profunda infiltrativa; abordagem laparoscópica; tratamento cirúrgico.
Discussão
Endometriose do trato urinário é rara, presente em 1 a 2% das doentes com endometriose, mas 85% manifesta-se como endometriose vesical (EV). A EV infiltra o detrusor e afeta mais a parede posterior, pode ser primária - manifestação generalizada, ou secundária a uma prática iatrogênica de cirurgia prévias. Quando a bexiga é afetada 70% das pacientes apresentam disúria, dor suprapúbica e hematúria, especialmente peri-menstrual e pode ser confundida com outras patologias urológicas. O envolvimento do trato urinário é representado por nódulos, com retração e distorção da anatomia normal.
A EV está associada a um risco de 30%, alguns autores relacionam isso à retirada cirúrgica completa. Porém, como a cirurgia está associada a complicações não impede a recorrência das lesões, atualmente há controvérsias quanto à cirurgia radical e à iatrogenia versus recorrência da EV. Assim, a opção de tratamento que tem se mostrado mais eficaz para EV é a cistectomia parcial, via laparoscopia. A técnica consiste em laparoscopia com paciente sob anestesia geral e decúbito dorsal com membros inferiores espaçados para realizar a cistoscopia. O procedimento permite identificar e delimitar a lesão endométrica, determinar limites e ter maior preservação do órgão. Em seguida, a videolaparoscopia na cavidade pélvica permite identificar lesões nodulares sólidas na bexiga e aderência a outros órgãos.
Conclusão
O debate sobre qual seria o melhor tratamento para a endometriose está ganhando força. A questão é travada sob embates entre vantagens e riscos que cada tratamento traz, sendo importante pesar no caso de cada paciente a realização de iatrogenia ou cirurgia, considerando fatores como os riscos da retirada cirúrgica ou práticas de tratamento anteriores. Sendo assim, a primeira abordagem deve ser a terapêutica clínica, reservando o tratamento cirúrgico para casos resistentes.
Comissão Organizadora
Congresso Médico UCB
Mariana Martins Castro
Anna Luiza Brito Franceschini
Gabriel Andrade de Santana Xavier
Débora de Freitas Britto Rêgo
Marcos Filipe Bueno Langkamer
Isadora
Caroline Beatriz Santos Oliveira
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Marcela Carvalho
Lucas Anversa Tiarling
Marcella Barreto Campos
Filipe Alves Ramos
Laura Olivia Tavares Souto
Ana Gabriella Tittoto
Weberth Oliveira Santos
Ana Beatriz Stella Marques Mendes
João Vitor Gonçalves Marques
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Comissão Científica