INTRODUÇÃO: O processo de saúde-doença do trabalhador rural (TR) abrange todo o universo socioeconômico e cultural do meio rural. Os determinantes sociais da saúde do TR devem ser analisados em conjunto com as suas características laborais, para elaboração de uma abordagem eficaz a esse trabalhador.
METODOLOGIA: Realizou-se uma pesquisa sistemática nos bancos de dados PubMed e Scielo, valendo-se dos descritores “trabalhador rural”, “saúde rural”, “saúde do trabalhador”. Privilegiaram-se revisões de literatura e publicações mais recentes, que datam de 2015 a 2020.
DISCUSSÃO: Avanços tecnológicos proporcionaram diminuição do impacto laboral na saúde funcional do TR, mas a agricultura familiar, muito presente no Brasil, não dispõe desses recursos. O padrão de morbidades que acometem o TR é um reflexo das atividades desenvolvidas por essa população, especialmente relacionadas à intensa carga de esforço físico. Os pacientes devem ser orientados e educados a respeito de posturas ergonômicas que se adequem às condições de trabalho no campo e reduzam os riscos de doenças osteomusculares. Estímulos à realização de alongamentos durante e após o período de trabalho também são importantes. No caso do TR em sistema familiar, qualquer modificação na estrutura de trabalho gera impacto direto no rendimento e, consequentemente, na produção, por isso, deve-se levar em consideração a baixa adesão desses trabalhadores às orientações de saúde. A necessidade de uma carga horária intensa para maiores remunerações laborais restringe o acesso do trabalhador à unidade de saúde, o que dificulta a adesão dessa população aos serviços de saúde. Assim, as questões sociais e culturais devem ser levadas em conta na abordagem devido à influência desses fatores no processo saúde-doença. Nota-se, ainda, a ausência de políticas públicas específicas ao TR que abordem sua integralidade, aspectos culturais e sociais.
CONCLUSÃO: Observa-se um entendimento equivocado do TR no que diz respeito à saúde e uma forte relação cultural associada ao tema. As questões sociais e culturais devem ser levadas em conta na abordagem devido à influência desses fatores no processo saúde-doença e o acolhimento requer o entendimento da individualidade do meio em que esses trabalhadores vivem e se identificam. Nesse sentido, a ausência de políticas públicas específicas para o TR dificulta a adesão destes às orientações de saúde.
Comissão Organizadora
Congresso Médico UCB
Mariana Martins Castro
Anna Luiza Brito Franceschini
Gabriel Andrade de Santana Xavier
Débora de Freitas Britto Rêgo
Marcos Filipe Bueno Langkamer
Isadora
Caroline Beatriz Santos Oliveira
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Marcela Carvalho
Lucas Anversa Tiarling
Marcella Barreto Campos
Filipe Alves Ramos
Laura Olivia Tavares Souto
Ana Gabriella Tittoto
Weberth Oliveira Santos
Ana Beatriz Stella Marques Mendes
João Vitor Gonçalves Marques
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Comissão Científica