Reprodução social, no curso da história, envolve permanente (re)criação de espaço, quer dizer, contínua (re)organização espacial da vida em sociedade. Tempo e espaço devem ser, assim, considerados simultaneamente na reflexão sobre a economia e sobre outros aspectos ou dimensões da presença humana no planeta. Pensar a articulação entre reprodução social e (re)organização espacial como um continuum autoriza postular que a sociedade sempre se recria sobre bases herdadas do passado, entre elas as formas espaciais produzidas no percurso histórico cumprido até então. Justifica igualmente imaginar que, “impressa” na superfície terrestre em sucessivos circuitos de ações humanas, por conta da incessante reprodução social, a organização espacial – o espaço – reflete o tipo de sociedade de que se trata. Contudo, a influência é recíproca na interação sociedade-espaço: relações sociais produzem espaço, e este as afeta, dialeticamente. Este artigo, de perfil ensaístico, procura explorar esse assunto argumentando que a espacialidade da produção ou da acumulação de capital tende a ser determinada por condições de índole principalmente econômica, antes de tudo referentes à esfera produtiva, embora o plano da política também represente influência. Na análise dessa espacialidade, é importante perceber os tipos de vínculos em meio aos quais emerge a configuração espacial, pois as relações entre os objetos do mundo real podem ser internas – devendo ser necessariamente levadas em conta na análise – ou externas – o que quer dizer analiticamente supérfluas. A pesquisa é bibliográfica e documental, e voltada principalmente para Santa Catarina em busca de ilustração sobre movimentos de (re)configuração espacial de processos produtivos. Aborda-se um movimento de “saída” do estado, envolvendo atividades da agroindústria de carnes, especificamente da empresa Perdigão, que se instalou no Centro-Oeste do Brasil, e um movimento de “entrada”, relacionado com a indústria automotiva, especialmente com respeito à montadora da BMW inaugurada em 2014 em Araquari, mas mencionando igualmente a fabricação de motores e cabeçotes pela General Motors, iniciada em Joinville em 2013 e ampliada em 2019.
Comissão Organizadora
APEC
Fábio Farias de Moraes
Rossandra Oliveira Maciel
Tatiane Aparecida Viega Vargas
Liara Darabas Ronçani
Bruno Thiago Tomio
Comissão Científica
• Área 1: Desenvolvimento e sustentabilidade socioambiental - Karla Regina Mendes Cassiano (UFRGS); Simone Caroline Piontkewicz (FURB)
• Área 2: Gestão e economia do setor público - Wagner D'Avila (FURB); Marco Antonio Jorge (UFS)
• Área 3: Demografia, espaço e mercado de trabalho - Hellen Alves Sá (UFPR); Max Richard Coelho (UNESC)
• Área 4: História Econômica e Social - Liara Darabas Ronçani (UFRGS); Marcos Juvêncio de Moraes (SEDSC)
• Área 5: Economia Industrial, da Ciência, Tecnologia e Inovação - Marieli Vieira (UFRGS); Tatiane Lasta (UNIDAVI)
• Área 6: Desenvolvimento Social, Economia Solidária e Políticas Públicas - Rossandra Maciel de Bitencourt (UNINTER); Andrei Stock (UNIDAVI)
• Área 7: Desenvolvimento Regional e Urbano - Ana Paula Klaumann (UFRGS); Cassia Heloisa Ternus (UNOCHAPECÓ)
• Área 8: Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar - Marcia Fuchter (UNIDAVI); Daniele Cristina de Souza (UFTM)
• Área 9: Economia e Política Internacional - Ludmila Culpi (UFABC); Germano Gehrke (FURB)
• Área 10: Temas especiais - Glaucia Grellmann (UNIVALI); Diego Vargas (FURB)