O aprofundamento da internacionalização econômica desde os anos 1970, a par de crescentes investimentos externos e grandes avanços tecnológicos, entre outros aspectos, fez surgir o neologismo globalização. Ganharam reconhecimento, como expressão desta, as cadeias ou redes transnacionais de produção e troca, designadas cadeias globais de valor (CGVs) na esteira de intensos debates, incidentes em vários setores de atividades e caracterizadas tanto por marcada divisão espacial do trabalho entre países ou regiões quanto por heterogeneidades diversas. Grandes empresas, geralmente multinacionais, comandam as relações envolvidas, suas estratégias moldando a configuração dessas cadeias e, por extensão, a própria economia mundial em muitos aspectos. O modelo CGV tem dominado a paisagem econômica, mas, desde pelo menos a segunda década do século XXI, acabou atingido pelo que se chama na literatura internacional de disruptive events. Trata-se, no essencial, da grande crise desencadeada em 2007 pelo estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos, da guerra comercial travada entre esse país e a China desde o governo de Trump (2017-2021) e da pandemia da Covid-19, que aterrorizou o planeta a partir do começo de 2020, podendo-se acrescentar o renitente conflito na Ucrânia, relacionado à invasão russa em fevereiro de 2022. O presente trabalho, baseado em pesquisa bibliográfica e documental, propõe-se a abordar os principais reflexos desses disruptive events nas CGV e, consequentemente, na dinâmica da economia mundial. Observam-se diferenciação nas reações às adversidades, conforme as particularidades setoriais e as circunstâncias, e destaque para a regionalização econômica entre as estratégias corporativas e políticas protagonizadas. Essa proeminência ensejou também considerar na pesquisa o Cone Sul, onde o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) sinalizaria possibilidades regionais para reconfiguração produtiva e comercial de cadeias e redes. Contudo, no seio desse bloco, o histórico de integração produtiva é pobre e as desigualdades são grandes, em diferentes sentidos, sem que, aparentemente, a existência do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM) tenha de fato lubrificado interações internas mais significativas.
Comissão Organizadora
APEC
Fábio Farias de Moraes
Rossandra Oliveira Maciel
Tatiane Aparecida Viega Vargas
Liara Darabas Ronçani
Bruno Thiago Tomio
Comissão Científica
• Área 1: Desenvolvimento e sustentabilidade socioambiental - Karla Regina Mendes Cassiano (UFRGS); Simone Caroline Piontkewicz (FURB)
• Área 2: Gestão e economia do setor público - Wagner D'Avila (FURB); Marco Antonio Jorge (UFS)
• Área 3: Demografia, espaço e mercado de trabalho - Hellen Alves Sá (UFPR); Max Richard Coelho (UNESC)
• Área 4: História Econômica e Social - Liara Darabas Ronçani (UFRGS); Marcos Juvêncio de Moraes (SEDSC)
• Área 5: Economia Industrial, da Ciência, Tecnologia e Inovação - Marieli Vieira (UFRGS); Tatiane Lasta (UNIDAVI)
• Área 6: Desenvolvimento Social, Economia Solidária e Políticas Públicas - Rossandra Maciel de Bitencourt (UNINTER); Andrei Stock (UNIDAVI)
• Área 7: Desenvolvimento Regional e Urbano - Ana Paula Klaumann (UFRGS); Cassia Heloisa Ternus (UNOCHAPECÓ)
• Área 8: Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar - Marcia Fuchter (UNIDAVI); Daniele Cristina de Souza (UFTM)
• Área 9: Economia e Política Internacional - Ludmila Culpi (UFABC); Germano Gehrke (FURB)
• Área 10: Temas especiais - Glaucia Grellmann (UNIVALI); Diego Vargas (FURB)