A desigualdade entre mulheres e homens sempre esteve presente em todas as esferas da sociedade, mas a crise econômica sanitária produzida pela pandemia de COVID-19 alavancou essa problemática, expondo às mulheres a um sistema de dupla jornada infindável nos lares brasileiros. O fato de a mulher ser a principal responsável pela manutenção do maior sistema econômico do mundo (capitalismo) deveria torná-la centro desse sistema, com garantias civis e econômicas estritamente definidas, mas o que acontece é o oposto, o mainstream econômico subjuga a mulher a posições inferiores, produzindo e reproduzindo condições de subalternidade em razão de sua necessária dedicação à reprodução e aos cuidados que a permeiam. De encontro a essas concepções se insere a Economia Feminista, principal responsável pelas críticas à ortodoxia econômica e à divisão sexual do trabalho. É nesse contexto que este artigo se insere, perpassando um recorte pelo estado catarinense que possui alguns dos melhores indicadores socioeconômicos do Brasil. Compreender em qual espaço econômico a mulher catarinense está inserida e quais as configurações do mercado de trabalho catarinense para homens e mulheres é o principal objetivo desta pesquisa. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua é a principal fonte de dados do estudo, considerando um panorama pré e pós-pandêmico que afetou sobremaneira as mulheres. Os principais achados não são novidades, embora o estado esteja entre os melhores em qualidade de vida do país, as catarinenses enfrentam os mesmos problemas de outras brasileiras: salários desiguais, profissões estereotipadas, maior taxa de desocupação, menor ocupação de espaços de decisão e sobrecarga de afazeres domésticos, enquanto isso, são mais escolarizadas que os homens, são maioria em idade para trabalhar e possuem a melhor taxa de ocupação nacional. Isso mostra que os problemas enfrentados pelas mulheres são quase que universais, atribuídos pelo fato de nascer e de ser mulher, de sustentar todo um sistema econômico que a relega ao espaço privado do dar.
Comissão Organizadora
APEC
Fábio Farias de Moraes
Rossandra Oliveira Maciel
Tatiane Aparecida Viega Vargas
Liara Darabas Ronçani
Bruno Thiago Tomio
Comissão Científica
• Área 1: Desenvolvimento e sustentabilidade socioambiental - Karla Regina Mendes Cassiano (UFRGS); Simone Caroline Piontkewicz (FURB)
• Área 2: Gestão e economia do setor público - Wagner D'Avila (FURB); Marco Antonio Jorge (UFS)
• Área 3: Demografia, espaço e mercado de trabalho - Hellen Alves Sá (UFPR); Max Richard Coelho (UNESC)
• Área 4: História Econômica e Social - Liara Darabas Ronçani (UFRGS); Marcos Juvêncio de Moraes (SEDSC)
• Área 5: Economia Industrial, da Ciência, Tecnologia e Inovação - Marieli Vieira (UFRGS); Tatiane Lasta (UNIDAVI)
• Área 6: Desenvolvimento Social, Economia Solidária e Políticas Públicas - Rossandra Maciel de Bitencourt (UNINTER); Andrei Stock (UNIDAVI)
• Área 7: Desenvolvimento Regional e Urbano - Ana Paula Klaumann (UFRGS); Cassia Heloisa Ternus (UNOCHAPECÓ)
• Área 8: Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar - Marcia Fuchter (UNIDAVI); Daniele Cristina de Souza (UFTM)
• Área 9: Economia e Política Internacional - Ludmila Culpi (UFABC); Germano Gehrke (FURB)
• Área 10: Temas especiais - Glaucia Grellmann (UNIVALI); Diego Vargas (FURB)