ADAM SMITH E A TRADIÇÃO REPUBLICANA: UM ESTUDO DA “TEORIA DOS SENTIMENTOS MORAIS”.

  • Autor
  • Kalita Regina da Cruz
  • Co-autores
  • Marcos Alves Valente
  • Resumo
  • Na galeria de autores clássicos um que recebe certa atenção de variadas áreas do saber é Adam Smith, que é tradicionalmente caracterizado como pai da economia liberal. Porém, nos últimos anos, tendo como um ponto de inflexão o trabalho de Winch (1978), o autor escocês passou a ser lido como comprometido ainda com valores republicanos. Sendo assim, o intuito deste trabalho é compreender as ideias de Smith, apresentadas na obra Teoria dos Sentimentos Morais (1999) e investigar em que medida estariam relacionadas, e de que forma, com a tradição republicana. Ao considerar a influência da linguagem das virtudes no trabalho de Smith podemos ter uma melhor compreensão da filosofia moral do autor, tarefa importante para o debate que busca interligá-la com as ideias econômicas do mesmo. A metodologia que se propõe utilizar neste resumo é baseada no contextualismo linguístico, tendo como autor de referência Skinner (1969). Sendo assim, primeiro, discorre-se sobre o contexto do iluminismo escocês, do qual Smith foi parte integrante. Depois, apresentam-se os principais elementos da obra central do trabalho: Teoria dos Sentimentos Morais (1999). Logo após, parte-se para a análise dos pontos de convergência entre a obra e a tradição republicana a partir de dois polos: 1) leis, liberdade e seu entrelaçamento com o bem público, 2) virtudes, principalmente as do autodomínio e beneficência. Constatou-se que para Smith, em concordância com a tradição republicana, as leis não são limitadoras da liberdade, já que o ressentimento é natural ao humano e está na base na virtude da justiça, que por sua vez rege as leis que garantem a ordem social e a liberdade de todos. Embora Smith reconheça as particularidades individuais, ele não vê os indivíduos como seres atomizados, mas sim como seres sociais que possuem uma limitação da vontade individual no plano social, pois, mesmo que haja uma predisposição natural para o egoísmo, o ser humano é dotado de um sentimento de sociabilidade que o leva a buscar a aprovação dos seus pares. No campo das virtudes, Montes (2004) insere Smith como herdeiro de parte da tradição das virtudes cardinais, trazendo em seus escritos ainda a exaltação do herói que sacrifica sua vida pelo bem público. Essa virtude da coragem é impelida muitas vezes por uma busca por reconhecimento e se mescla com o autodomínio smithiano. Observa-se ainda que filósofo escocês se utiliza da tradição do humanismo cívico ao dissertar sobre a virtudes, principalmente o autodomínio e a beneficência, analisando como podemos exercitá-las e de como são benéficas ao sistema e dignas de todo mérito. Conclui-se, então, que na TSM Smith traz observações da complexidade humana e explica como as experiências têm um papel importante em como a humanidade concebe o que é moral, entrelaçando a linguagem mais “moderna”, dos direitos naturais, com a do mundo antigo, a das virtudes, tanto ao conceber as ideias de leis e liberdade como ao desenvolver o tema das virtudes.

  • Palavras-chave
  • Adam Smith; Neorrepublicanismo; História do Pensamento.
  • Área Temática
  • 10. Temas especiais
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  • 10. Temas especiais

Comissão Organizadora

APEC
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