O desenvolvimento nacional como objetivo social plausível pressupôs a instituição da economia de mercado pelo Estado. Historicamente as sociedades europeias do século XIX confiaram à economia de mercado a construção da paz entre e dentro das nações. As primeiras décadas do século XX, por sua vez, expuseram os limites do mercado autorregulado, empurrando o mundo para a Era das Catástrofes. Depois de 1945, sob a hegemonia estadunidense, um novo impulso à construção dos mercados internos nos países periféricos do moderno sistema-mundo foi estimulado em nome da autodeterminação dos povos: prover às colônias o direito à soberania nacional e promover aos cidadãos não-proprietários dos povos já independentes condições dignas de vida passavam pelo fortalecimento das economias nacionais articulados por um mercado mundial cada vez mais transnacional. Em busca do autoesclarecimento, o presente ensaio tem por objetivo sistematizar os elementos essenciais da ideologia liberal a partir da problemática da instituição e da regulação social, colocando em perspectiva o papel da economia de mercado como mecanismo de regulação social. Para esta empresa o texto combina técnicas de história das ideias e sociologia do conhecimento como métodos de análise. Toma como objeto de análise a contribuição de autores clássicos como Thomas Hobbes, John Locke, Jean-Jacques Rousseau, Adam Smith, Karl Marx, Alfred Marshall, John Maynard Keynes, Joseph Schumpeter em interlocução com autores contemporâneos como Karl Polanyi, Immanuel Wallerstein e Pierre Rosanvallon. Para tanto, a caracterização do liberalismo está dividia em cinco partes. Primeiro a problemática da instituição e da regulação social é apresentada. Em seguida, destaca-se o papel da economia de mercado como mecanismo de regulação social. Na sequência explora-se o Estado liberal como forma de organização do poder, a democracia como regime de governo e a cidadania como instrumento de legitimação das hierarquias sociais. Por fim, nas considerações finais, o ensaio argumenta que a conexão da crítica da economia política e a crise estrutural contemporânea expõe a perda de legitimidade liberalismo como ideologia estruturante da modernidade, apontando para novos caminhos de pesquisa.
Palavras-chave: capitalismo; economia de mercado; economia política.
Comissão Organizadora
APEC
Fábio Farias de Moraes
Rossandra Oliveira Maciel
Tatiane Aparecida Viega Vargas
Liara Darabas Ronçani
Bruno Thiago Tomio
Comissão Científica
• Área 1: Desenvolvimento e sustentabilidade socioambiental - Karla Regina Mendes Cassiano (UFRGS); Simone Caroline Piontkewicz (FURB)
• Área 2: Gestão e economia do setor público - Wagner D'Avila (FURB); Marco Antonio Jorge (UFS)
• Área 3: Demografia, espaço e mercado de trabalho - Hellen Alves Sá (UFPR); Max Richard Coelho (UNESC)
• Área 4: História Econômica e Social - Liara Darabas Ronçani (UFRGS); Marcos Juvêncio de Moraes (SEDSC)
• Área 5: Economia Industrial, da Ciência, Tecnologia e Inovação - Marieli Vieira (UFRGS); Tatiane Lasta (UNIDAVI)
• Área 6: Desenvolvimento Social, Economia Solidária e Políticas Públicas - Rossandra Maciel de Bitencourt (UNINTER); Andrei Stock (UNIDAVI)
• Área 7: Desenvolvimento Regional e Urbano - Ana Paula Klaumann (UFRGS); Cassia Heloisa Ternus (UNOCHAPECÓ)
• Área 8: Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar - Marcia Fuchter (UNIDAVI); Daniele Cristina de Souza (UFTM)
• Área 9: Economia e Política Internacional - Ludmila Culpi (UFABC); Germano Gehrke (FURB)
• Área 10: Temas especiais - Glaucia Grellmann (UNIVALI); Diego Vargas (FURB)