Entre as décadas de 1970 e 1980, a região do extremo sul de Santa Catarina enfrentou desafios significativos no setor agropecuário, especialmente em relação à gestão hídrica, o que comprometia a viabilidade das terras cultiváveis. Para promover o desenvolvimento regional nesse período, o governo implementou e coordenou projetos emblemáticos de engenharia agrícola. Entre eles, destaca-se a criação de perímetros irrigados no Nordeste, sob a supervisão da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), e a iniciativa no sul de Santa Catarina através do Projeto Piloto de Drenagem e Irrigação (PPDI), promovido pela Sudesul (Superintendência do Desenvolvimento da Região Sul). Entretanto, na década de 1990, essas ações estatais foram interrompidas, especialmente com a extinção da Sudesul, que era responsável pela execução dessas iniciativas. Diante desse cenário, a formação de uma estrutura cooperativa entre os agricultores da região do PPDI emergiu como uma alternativa viável para assegurar a continuidade do projeto. Em 1994, motivados e orientados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), alguns produtores das áreas adjacentes ao PPDI fundaram a Cooperativa de Irrigação de Jacinto Machado (Cooijam). O objetivo deste resumo é expor os avanços e os desafios enfrentados pela cooperativa na gestão do projeto. O procedimento metodológico da pesquisa é de natureza qualitativa, utilizando fontes documentais e incluindo entrevistas semiestruturadas com os cooperados. A investigação concentrou-se nas condições de engenharia rural para a produção agropecuária, com ênfase na macrodrenagem dos rios Leão e Bonito, que carecia de obras essenciais, como a construção de duas barragens interligadas aos reservatórios dos referidos rios. Essa atuação abrange municípios como Jacinto Machado, Santa Rosa do Sul, São João do Sul e Praia Grande. Os resultados indicam que a Cooijam desempenha um papel importante na gestão e manejo dos sistemas de irrigação e drenagem, permitindo o cultivo em áreas agricultáveis na região. Após mais de duas décadas desde sua fundação, a cooperativa enfrenta restrições multifatoriais que limitam sua capacidade de tomar decisões seguras. Esses desafios incluem a desapropriação das áreas das barragens, as questões de jurisdição e concessão de uso dos sistemas hídricos, além da sua capacidade financeira e legal. Além disso, há uma falta de conclusão das obras necessárias que não foram incluídas nos projetos iniciais ou que, mesmo planejadas, não foram realizadas pelo poder público, assim como a falta de fiscalização das licenças ambientais e de infraestrutura e da manutenção essencial para a operação das barragens. Atualmente, a cooperativa conta com 164 associados, que irrigam mais de 2.900 hectares dedicados à rizicultura e cerca de 8 hectares destinados à irrigação por gotejamento de frutíferas, especialmente maracujás. Nesse contexto, destaca-se a relevância social da Cooijam, que contribui para a permanência das famílias agricultoras e a resiliência da organização cooperativista frente à diminuição das ações do Estado em termos de planejamento e investimento, em contraste com a tendência de parcerias público-privadas presentes nas políticas nacionais de irrigação, drenagem e gestão desses sistemas.
Apresentação
É com grande satisfação que registramos nos anais os resultados do XVII Encontro de Economia Catarinense, realizado nos dias 15 e 16 de maio de 2025 nas dependências da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Esta edição, dedicada ao tema "Desenvolvimento e Cooperativismo", consolidou-se como um dos principais fóruns de discussão sobre economia regional, reunindo pesquisadores, gestores públicos, líderes cooperativistas e estudantes em debates que reforçaram o papel do cooperativismo no desenvolvimento socioeconômico de Santa Catarina.
Destacamos especialmente a riqueza dos trabalhos apresentados, que abrangeram desde análises setoriais até estudos comparativos internacionais, todos rigorosamente selecionados por nossa comissão científica. A conferência sobre Cooperativas Agroalimentares na Espanha, com o professor José Daniel Gómez López (Universidad de Alicante), e os painéis sobre desenvolvimento regional catalisaram reflexões e comparações com grande aplicabilidade em políticas públicas e novas pesquisas.
Agradecemos profundamente a todos que tornaram este encontro possível: aos palestrantes pelo compartilhamento generoso de conhecimento, aos autores pelos trabalhos apresentados e à UNESC pela impecável estrutura oferecida. Os resultados aqui registrados são testemunho do vigor da pesquisa econômica em Santa Catarina e do potencial transformador do diálogo entre academia e demais esferas sociais. Que este volume sirva como referência e estímulo para futuras discussões e colaborações.
Comissão Organizadora do XVII Encontro de Economia Catarinense
Criciúma, junho de 2025
XVII ENCONTRO DE ECONOMIA CATARINENSE:
Desenvolvimento e Cooperativismo
Data: 15 e 16 de maio de 2025
Local: UNESC – Criciúma-SC
REGULAMENTO
ATIVIDADE
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DATA PREVISTA
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Submissão de trabalhos – artigo completo e/ou resumo
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Até 02/03/2025 (prorrogado até 10/03/2025)
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Divulgação dos trabalhos aceitos (previsão)
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31/03/2025 (conforme 2ª Circular)
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Realização do evento
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15/05 e 16/05/2025
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Período de revisão (para publicação nos anais) |
01/06/2025
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Previsão para emissão dos Certificados
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15/06/2025
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Previsão para publicação dos anais do evento |
30/06/2025
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Prazo final para apontamentos de divergências nos anais |
10 dias úteis da publicação dos anais
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Prazo máximo para republicação dos Anais – ÚLTIMA VERSÃO |
15 dias úteis da 1ª publicação dos anais |
Criciúma-SC, 11 de setembro de 2024
Comissão Organizadora do XVII Encontro de Economia Catarinense
Contato: apec@apec.org.br
Comissão Organizadora
Fábio Farias de Moraes
Rossandra Oliveira Maciel
Alcides Goulart Filho
Liara Darabas Ronzani
Dimas de Oliveira Estevam
Comissão Científica
Angel Pascual Martinez Soto (Universidad de Murcia)
Anielle Gonçalves de Oliveira (Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí)
António Rafael Amaro (Universidade de Coimbra)
Liara Darabas Ronzani (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Ignacio Tomás Trucco (Universidad Nacional de Litoral)
Cristina Keiko Yamaguchi – (Universidade do Planalto Catarinense)
Javier Vidal Olivares (Universidad de Alicante)
Daniel Strelow (Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí)
Joana Vale Guerra (Universidade de Coimbra)
Valmor Schiochet (Universidade Regional de Blumenau)
Luis Anaya Merchant (Universidad Autónoma del Estado de Morelos)
Fábio Farias de Moraes – (Universidade do Extremo Sul Catarinense/Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina)
Luiz Fernando Saraiva (Universidade Federal Fluminense)
Carolina Biz – (Centro Universitário UNISATC)
María Isabel Bartolome Rodriguez (Universidad de Sevilla)
Isa de Oliveira Rocha (Universidade do Estado de Santa Catarina)
Maria Valentina Locher (Universidad Nacional de Entre Ríos)
Arlene Anelia Renk (Universidade Comunitária da Região de Chapecó)
Teresita Gomez (Universidad de Buenos Aires)
Rossandra Oliveira Maciel de Bitencourt (Universidade do Extremo Sul Catarinense)
E-mail: apec@apec.org.br
XVII ENCONTRO DE ECONOMIA CATARINENSE Desenvolvimento e Cooperativismo Anais Eletrônicos - Edição 2025 Realização: Associação de Pesquisadores em Economia Catarinense (APEC) Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) Comissão Organizadora: Fábio Farias de Moraes Rossandra Oliveira Maciel Alcides Goulart Filho Liara Darabas Ronzani Dimas de Oliveira Estevam Comissão Científica Angel Pascual Martinez Soto (Universidad de Murcia) Anielle Gonçalves de Oliveira (Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí) António Rafael Amaro (Universidade de Coimbra) Liara Darabas Ronzani (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Ignacio Tomás Trucco (Universidad Nacional de Litoral) Cristina Keiko Yamaguchi – (Universidade do Planalto Catarinense) Javier Vidal Olivares (Universidad de Alicante) Daniel Strelow (Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí) Joana Vale Guerra (Universidade de Coimbra) Valmor Schiochet (Universidade Regional de Blumenau) Luis Anaya Merchant (Universidad Autónoma del Estado de Morelos) Fábio Farias de Moraes – (Universidade do Extremo Sul Catarinense/Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina) Luiz Fernando Saraiva (Universidade Federal Fluminense) Carolina Biz – (Centro Universitário UNISATC) María Isabel Bartolome Rodriguez (Universidad de Sevilla) Isa de Oliveira Rocha (Universidade do Estado de Santa Catarina) Maria Valentina Locher (Universidad Nacional de Entre Ríos) Arlene Anelia Renk (Universidade Comunitária da Região de Chapecó) Teresita Gomez (Universidad de Buenos Aires) Rossandra Oliveira Maciel de Bitencourt (Universidade do Extremo Sul Catarinense) Apoio: Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Socioeconômico - UNESC(PPGDS) Curso de Ciências Econômicas - UNESC © 2025 APEC - Todos os direitos reservados ISBN: 2175-7313
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