O cooperativismo desempenha um papel central no desenvolvimento socioeconômico ao integrar os pilares do capital físico, humano e social, especialmente em contextos marcados por desigualdades e vulnerabilidades econômicas. Este artigo adota uma abordagem teórica para investigar como as cooperativas atuam como catalisadoras de transformação social e econômica no Brasil. Fundamentado em teorias de crescimento econômico, como os modelos de Solow-Swan e Mankiw, Romer e Weil (MRW), bem como nos conceitos de capital social de Coleman, Putnam e Granovetter, o estudo explora as inter-relações entre as categorias analíticas que estruturam o impacto do cooperativismo no desenvolvimento. A análise destaca que o desenvolvimento socioeconômico não depende apenas da acumulação de recursos materiais e humanos, mas também do fortalecimento das redes de confiança, cooperação e reciprocidade. Essas dinâmicas, impulsionadas pelo cooperativismo, resultam em maior inclusão social, geração de renda, redução de desigualdades regionais e resiliência econômica. O trabalho enfatiza que as cooperativas, ao adotar princípios de governança democrática, ação coletiva e solidariedade, fortalecem o capital social e ampliam sua capacidade de promover transformações sociais em momentos de estabilidade ou crise. A resiliência demonstrada pelas cooperativas, inclusive durante períodos de crise econômica, evidencia sua relevância como modelo sustentável, oferecendo estabilidade em empregos e inovação em práticas produtivas. No entanto, a relação entre cooperativismo e capital social proposta neste estudo não é meramente descritiva, mas intencional. Essa abordagem busca preparar o campo para futuros estudos que empreguem análises econométricas para aprofundar a compreensão dos impactos específicos das cooperativas no desenvolvimento socioeconômico. A partir da articulação teórica apresentada, o artigo reforça a importância de incluir o cooperativismo como uma variável central nos modelos de crescimento econômico. As evidências e reflexões discutidas indicam a necessidade de políticas públicas que incentivem o setor cooperativo, por meio de programas de capacitação, acesso a crédito e incentivos fiscais, especialmente em regiões vulneráveis. Além disso, é crucial promover a educação cooperativista para conscientizar a sociedade sobre os valores e princípios do cooperativismo, fomentando maior adesão ao modelo. A inovação também desempenha um papel essencial, com a integração das cooperativas em redes locais, nacionais e globais para ampliar mercados e modernizar práticas produtivas. Embora o artigo tenha se concentrado em estabelecer conexões teóricas, ele aponta para a importância de estudos empíricos futuros, com ênfase em análises quantitativas e econométricas, que possam validar e mensurar os impactos do cooperativismo nas dimensões sociais e econômicas. Assim, o cooperativismo reafirma-se como uma alternativa economicamente eficiente e socialmente justa, com potencial para promover um desenvolvimento mais equitativo e sustentável. A integração entre teoria e prática, promovida por este estudo, oferece uma base sólida para avanços futuros tanto no campo acadêmico quanto na formulação de estratégias e políticas públicas que reconheçam o papel transformador das cooperativas na sociedade brasileira.
Apresentação
É com grande satisfação que registramos nos anais os resultados do XVII Encontro de Economia Catarinense, realizado nos dias 15 e 16 de maio de 2025 nas dependências da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Esta edição, dedicada ao tema "Desenvolvimento e Cooperativismo", consolidou-se como um dos principais fóruns de discussão sobre economia regional, reunindo pesquisadores, gestores públicos, líderes cooperativistas e estudantes em debates que reforçaram o papel do cooperativismo no desenvolvimento socioeconômico de Santa Catarina.
Destacamos especialmente a riqueza dos trabalhos apresentados, que abrangeram desde análises setoriais até estudos comparativos internacionais, todos rigorosamente selecionados por nossa comissão científica. A conferência sobre Cooperativas Agroalimentares na Espanha, com o professor José Daniel Gómez López (Universidad de Alicante), e os painéis sobre desenvolvimento regional catalisaram reflexões e comparações com grande aplicabilidade em políticas públicas e novas pesquisas.
Agradecemos profundamente a todos que tornaram este encontro possível: aos palestrantes pelo compartilhamento generoso de conhecimento, aos autores pelos trabalhos apresentados e à UNESC pela impecável estrutura oferecida. Os resultados aqui registrados são testemunho do vigor da pesquisa econômica em Santa Catarina e do potencial transformador do diálogo entre academia e demais esferas sociais. Que este volume sirva como referência e estímulo para futuras discussões e colaborações.
Comissão Organizadora do XVII Encontro de Economia Catarinense
Criciúma, junho de 2025
XVII ENCONTRO DE ECONOMIA CATARINENSE:
Desenvolvimento e Cooperativismo
Data: 15 e 16 de maio de 2025
Local: UNESC – Criciúma-SC
REGULAMENTO
ATIVIDADE
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DATA PREVISTA
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Submissão de trabalhos – artigo completo e/ou resumo
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Até 02/03/2025 (prorrogado até 10/03/2025)
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Divulgação dos trabalhos aceitos (previsão)
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31/03/2025 (conforme 2ª Circular)
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Realização do evento
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15/05 e 16/05/2025
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Período de revisão (para publicação nos anais) |
01/06/2025
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Previsão para emissão dos Certificados
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15/06/2025
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Previsão para publicação dos anais do evento |
30/06/2025
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Prazo final para apontamentos de divergências nos anais |
10 dias úteis da publicação dos anais
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Prazo máximo para republicação dos Anais – ÚLTIMA VERSÃO |
15 dias úteis da 1ª publicação dos anais |
Criciúma-SC, 11 de setembro de 2024
Comissão Organizadora do XVII Encontro de Economia Catarinense
Contato: apec@apec.org.br
Comissão Organizadora
Fábio Farias de Moraes
Rossandra Oliveira Maciel
Alcides Goulart Filho
Liara Darabas Ronzani
Dimas de Oliveira Estevam
Comissão Científica
Angel Pascual Martinez Soto (Universidad de Murcia)
Anielle Gonçalves de Oliveira (Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí)
António Rafael Amaro (Universidade de Coimbra)
Liara Darabas Ronzani (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Ignacio Tomás Trucco (Universidad Nacional de Litoral)
Cristina Keiko Yamaguchi – (Universidade do Planalto Catarinense)
Javier Vidal Olivares (Universidad de Alicante)
Daniel Strelow (Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí)
Joana Vale Guerra (Universidade de Coimbra)
Valmor Schiochet (Universidade Regional de Blumenau)
Luis Anaya Merchant (Universidad Autónoma del Estado de Morelos)
Fábio Farias de Moraes – (Universidade do Extremo Sul Catarinense/Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina)
Luiz Fernando Saraiva (Universidade Federal Fluminense)
Carolina Biz – (Centro Universitário UNISATC)
María Isabel Bartolome Rodriguez (Universidad de Sevilla)
Isa de Oliveira Rocha (Universidade do Estado de Santa Catarina)
Maria Valentina Locher (Universidad Nacional de Entre Ríos)
Arlene Anelia Renk (Universidade Comunitária da Região de Chapecó)
Teresita Gomez (Universidad de Buenos Aires)
Rossandra Oliveira Maciel de Bitencourt (Universidade do Extremo Sul Catarinense)
E-mail: apec@apec.org.br
XVII ENCONTRO DE ECONOMIA CATARINENSE Desenvolvimento e Cooperativismo Anais Eletrônicos - Edição 2025 Realização: Associação de Pesquisadores em Economia Catarinense (APEC) Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) Comissão Organizadora: Fábio Farias de Moraes Rossandra Oliveira Maciel Alcides Goulart Filho Liara Darabas Ronzani Dimas de Oliveira Estevam Comissão Científica Angel Pascual Martinez Soto (Universidad de Murcia) Anielle Gonçalves de Oliveira (Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí) António Rafael Amaro (Universidade de Coimbra) Liara Darabas Ronzani (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Ignacio Tomás Trucco (Universidad Nacional de Litoral) Cristina Keiko Yamaguchi – (Universidade do Planalto Catarinense) Javier Vidal Olivares (Universidad de Alicante) Daniel Strelow (Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí) Joana Vale Guerra (Universidade de Coimbra) Valmor Schiochet (Universidade Regional de Blumenau) Luis Anaya Merchant (Universidad Autónoma del Estado de Morelos) Fábio Farias de Moraes – (Universidade do Extremo Sul Catarinense/Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina) Luiz Fernando Saraiva (Universidade Federal Fluminense) Carolina Biz – (Centro Universitário UNISATC) María Isabel Bartolome Rodriguez (Universidad de Sevilla) Isa de Oliveira Rocha (Universidade do Estado de Santa Catarina) Maria Valentina Locher (Universidad Nacional de Entre Ríos) Arlene Anelia Renk (Universidade Comunitária da Região de Chapecó) Teresita Gomez (Universidad de Buenos Aires) Rossandra Oliveira Maciel de Bitencourt (Universidade do Extremo Sul Catarinense) Apoio: Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Socioeconômico - UNESC(PPGDS) Curso de Ciências Econômicas - UNESC © 2025 APEC - Todos os direitos reservados ISBN: 2175-7313
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