Desde a Antiguidade, o acesso ao crédito se revela fundamental para o financiamento da produção dos mais diversos itens necessários ao desenvolvimento socioeconômico. Muitos setores econômicos são incapazes de operar com recursos próprios e demandam grandes volumes de crédito. O segmento da construção civil é um importante tomador de crédito. No entanto, o sistema financeiro é caracterizado por cobrar altas taxas de juros na concessão de empréstimos, dificultando o desenvolvimento do país, que acumula um grande déficit habitacional. Paralelamente, a principal fonte de financiamento da construção civil, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, começa a escassear. Ao mesmo tempo, o cooperativismo de crédito brasileiro, principalmente devido à legislação e aos atos normativos direcionados ao setor, tem experimentado um crescimento significativo nas últimas décadas e se apresenta como alternativa ao sistema bancário. Santa Catarina é o estado com a maior parcela da população associada ao cooperativismo de crédito. Diversos estudos demonstram que uma cooperativa de crédito promove o desenvolvimento local e regional, estimula a atividade econômica, gera mais empregos formais e evita a drenagem de recursos de localidades menores para grandes centros financeiros. Contudo, o cooperativismo não se apresenta, como fator relevante, no financiamento da construção de moradias. Não obstante a lei e os atos normativos direcionados ao setor permitam a reunião de empresários em cooperativa financeira singular de crédito mútuo, não há, entretanto, uma cooperativa estruturada nestes moldes servindo ao financiamento da construção civil, com o intuito de edificar moradias. O objetivo do presente estudo é verificar a razão pela qual Criciúma e região não usufruem de uma cooperativa de crédito mútuo para financiar a edificação de habitações. A metodologia utilizada foi uma pesquisa qualitativa exploratória, com delineamento de estudo de casos múltiplos, coletando dados por meio de revisão bibliográfica e documental, além de entrevistas com atores ligados à construção civil e ao cooperativismo de crédito. Os resultados obtidos indicam que o setor da construção exibe particularidades que atuam como barreiras à criação da cooperativa financeira de crédito mútuo como: o desconhecimento do empresariado da possibilidade de se unir em torno do cooperativismo de crédito, um longo período de maturação do investimento destinado a construção de moradias, a dificuldade atual de encontrar fontes de financiamento (funding), a restrição legal de obter recursos de investidores não pertencentes ao quadro societário da cooperativa, a falta de equilíbrio entre investidores e tomadores de crédito na cooperativa de crédito mútuo com quadro societário fechado, o risco de insolvência da cooperativa em caso de crise no setor da construção civil levando a inadimplência de seus associados e as exigências das autoridades monetárias relacionadas a gestão das cooperativas de crédito. A análise dos dados da pesquisa possibilitou concluir que, neste momento, existem mais barreiras, do que incentivos à criação de uma cooperativa singular de crédito mútuo para financiar a construção de moradias.
Palavras-chave: Construção Civil. Financiamento. Habitações. Cooperativismo de Crédito.
Apresentação
É com grande satisfação que registramos nos anais os resultados do XVII Encontro de Economia Catarinense, realizado nos dias 15 e 16 de maio de 2025 nas dependências da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Esta edição, dedicada ao tema "Desenvolvimento e Cooperativismo", consolidou-se como um dos principais fóruns de discussão sobre economia regional, reunindo pesquisadores, gestores públicos, líderes cooperativistas e estudantes em debates que reforçaram o papel do cooperativismo no desenvolvimento socioeconômico de Santa Catarina.
Destacamos especialmente a riqueza dos trabalhos apresentados, que abrangeram desde análises setoriais até estudos comparativos internacionais, todos rigorosamente selecionados por nossa comissão científica. A conferência sobre Cooperativas Agroalimentares na Espanha, com o professor José Daniel Gómez López (Universidad de Alicante), e os painéis sobre desenvolvimento regional catalisaram reflexões e comparações com grande aplicabilidade em políticas públicas e novas pesquisas.
Agradecemos profundamente a todos que tornaram este encontro possível: aos palestrantes pelo compartilhamento generoso de conhecimento, aos autores pelos trabalhos apresentados e à UNESC pela impecável estrutura oferecida. Os resultados aqui registrados são testemunho do vigor da pesquisa econômica em Santa Catarina e do potencial transformador do diálogo entre academia e demais esferas sociais. Que este volume sirva como referência e estímulo para futuras discussões e colaborações.
Comissão Organizadora do XVII Encontro de Economia Catarinense
Criciúma, junho de 2025
XVII ENCONTRO DE ECONOMIA CATARINENSE:
Desenvolvimento e Cooperativismo
Data: 15 e 16 de maio de 2025
Local: UNESC – Criciúma-SC
REGULAMENTO
ATIVIDADE
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DATA PREVISTA
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Submissão de trabalhos – artigo completo e/ou resumo
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Até 02/03/2025 (prorrogado até 10/03/2025)
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Divulgação dos trabalhos aceitos (previsão)
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31/03/2025 (conforme 2ª Circular)
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Realização do evento
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15/05 e 16/05/2025
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Período de revisão (para publicação nos anais) |
01/06/2025
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Previsão para emissão dos Certificados
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15/06/2025
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Previsão para publicação dos anais do evento |
30/06/2025
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Prazo final para apontamentos de divergências nos anais |
10 dias úteis da publicação dos anais
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Prazo máximo para republicação dos Anais – ÚLTIMA VERSÃO |
15 dias úteis da 1ª publicação dos anais |
Criciúma-SC, 11 de setembro de 2024
Comissão Organizadora do XVII Encontro de Economia Catarinense
Contato: apec@apec.org.br
Comissão Organizadora
Fábio Farias de Moraes
Rossandra Oliveira Maciel
Alcides Goulart Filho
Liara Darabas Ronzani
Dimas de Oliveira Estevam
Comissão Científica
Angel Pascual Martinez Soto (Universidad de Murcia)
Anielle Gonçalves de Oliveira (Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí)
António Rafael Amaro (Universidade de Coimbra)
Liara Darabas Ronzani (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Ignacio Tomás Trucco (Universidad Nacional de Litoral)
Cristina Keiko Yamaguchi – (Universidade do Planalto Catarinense)
Javier Vidal Olivares (Universidad de Alicante)
Daniel Strelow (Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí)
Joana Vale Guerra (Universidade de Coimbra)
Valmor Schiochet (Universidade Regional de Blumenau)
Luis Anaya Merchant (Universidad Autónoma del Estado de Morelos)
Fábio Farias de Moraes – (Universidade do Extremo Sul Catarinense/Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina)
Luiz Fernando Saraiva (Universidade Federal Fluminense)
Carolina Biz – (Centro Universitário UNISATC)
María Isabel Bartolome Rodriguez (Universidad de Sevilla)
Isa de Oliveira Rocha (Universidade do Estado de Santa Catarina)
Maria Valentina Locher (Universidad Nacional de Entre Ríos)
Arlene Anelia Renk (Universidade Comunitária da Região de Chapecó)
Teresita Gomez (Universidad de Buenos Aires)
Rossandra Oliveira Maciel de Bitencourt (Universidade do Extremo Sul Catarinense)
E-mail: apec@apec.org.br
XVII ENCONTRO DE ECONOMIA CATARINENSE Desenvolvimento e Cooperativismo Anais Eletrônicos - Edição 2025 Realização: Associação de Pesquisadores em Economia Catarinense (APEC) Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) Comissão Organizadora: Fábio Farias de Moraes Rossandra Oliveira Maciel Alcides Goulart Filho Liara Darabas Ronzani Dimas de Oliveira Estevam Comissão Científica Angel Pascual Martinez Soto (Universidad de Murcia) Anielle Gonçalves de Oliveira (Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí) António Rafael Amaro (Universidade de Coimbra) Liara Darabas Ronzani (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Ignacio Tomás Trucco (Universidad Nacional de Litoral) Cristina Keiko Yamaguchi – (Universidade do Planalto Catarinense) Javier Vidal Olivares (Universidad de Alicante) Daniel Strelow (Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí) Joana Vale Guerra (Universidade de Coimbra) Valmor Schiochet (Universidade Regional de Blumenau) Luis Anaya Merchant (Universidad Autónoma del Estado de Morelos) Fábio Farias de Moraes – (Universidade do Extremo Sul Catarinense/Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina) Luiz Fernando Saraiva (Universidade Federal Fluminense) Carolina Biz – (Centro Universitário UNISATC) María Isabel Bartolome Rodriguez (Universidad de Sevilla) Isa de Oliveira Rocha (Universidade do Estado de Santa Catarina) Maria Valentina Locher (Universidad Nacional de Entre Ríos) Arlene Anelia Renk (Universidade Comunitária da Região de Chapecó) Teresita Gomez (Universidad de Buenos Aires) Rossandra Oliveira Maciel de Bitencourt (Universidade do Extremo Sul Catarinense) Apoio: Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Socioeconômico - UNESC(PPGDS) Curso de Ciências Econômicas - UNESC © 2025 APEC - Todos os direitos reservados ISBN: 2175-7313
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