O presente ensaio teórico discute a qualidade de vida e a felicidade no contexto da atividade policial militar. A partir de uma perspectiva interdisciplinar, articula contribuições da Psicologia, Sociologia, Filosofia e Mundo do Trabalho Contemporâneo para refletir sobre os impactos do trabalho em instituições militares na subjetividade dos profissionais da segurança pública. O texto analisa as condições estruturais e simbólicas que atravessam a atividade militar, evidenciando o sofrimento psíquico, a precarização subjetiva e os desafios éticos enfrentados pelos policiais. Argumenta-se que a felicidade e o bem-estar desses profissionais estão condicionados ao reconhecimento institucional, à valorização simbólica e à construção de políticas de cuidado que promovam a dignidade e a saúde mental no ambiente de trabalho. Estrutura-se em torno de três categorias analíticas: qualidade de vida, entendida como uma avaliação subjetiva e multidimensional da existência humana; atividade militar, explorada enquanto estrutura organizacional disciplinadora e precarizante do trabalho; e felicidade, abordada como resultado da interação entre fatores individuais e sociais, muitas vezes comprometida pelo esgotamento e pela invisibilidade afetiva vivenciados no meio militar. Espera-se que esta análise contribua com a construção de uma visão mais humanizada sobre o trabalho policial, desafiando estereótipos e convocando gestores públicos, pesquisadores e a sociedade civil à responsabilidade ética de promover condições dignas de vida para aqueles que se dedicam cotidianamente à segurança pública.
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