Vínculo psicossocial não tem sido a nomenclatura utilizada por psicólogos e outros estudiosos do comportamento organizacional para nomear o constructo psicológico que estabelece conexão entre trabalhadores e organizações em tempos em que elas são as maiores beneficiárias tanto pelo trabalho, quanto pela produção acadêmica. Esta análise crítica visa apresentar o vínculo psicossocial como uma alternativa terminológica da Psicologia Organizacional e do Trabalho para promoção do trabalhador no lugar da organização, visto que ele é quem deveria ser o maior privilegiado de todo o processo e produção social. O levantamento de literatura realizado privilegiou pesquisas em língua portuguesa acerca da Teoria do Comprometimento Organizacional, considerando-se seu histórico que privilegiou as organizações, os efeitos sobre os sujeitos comprometidos apresentados pelos autores e a menção do termo vínculo e similares ao longo de seu repertório. Termos e expressões como “ligação”, “conexão”, “vínculo psicológico”, “vínculo afetivo”, “vínculo emocional” aparecerem com frequência na literatura acadêmico-científica sobre a Teoria do Comprometimento Organizacional, com os quais apresentamos que o estudo do vínculo não é uma inovação, mas uma questão conceitual. Demonstramos ainda que o foco dos autores consultados está sobre o sucesso das organizações com pouca ou nenhuma repercussão no protagonismo do trabalhador. Dessa forma, o compromisso da Psicologia Organizacional e do Trabalho deve ser promover sempre o protagonismo do trabalhador, elevando-o a beneficiário de todo processo e de toda produção social, provocando uma mudança de paradigma na abordagem do contexto organizacional.
Comissão Organizadora
SEAD
Comissão Científica