O capitalismo contemporâneo impõe ao trabalhador exigências contraditórias, nas quais comportamentos como hiperatividade e onipotência, são valorizados como competências profissionais. A lógica da produtividade incessante desloca o controle externo para o interno, colonizando o imaginário do sujeito e gerando um cenário em que a exaustão é naturalizada como sinal de comprometimento. As organizações, ao mesmo tempo em que intensificam o controle, oferecem benefícios e programas de bem-estar que transferem ao indivíduo a responsabilidade por sua saúde mental. Nesse contexto, a Psicodinâmica do Trabalho (PDT) surge como uma lente crítica para compreender como os trabalhadores lidam com prazer e sofrimento diante dessas demandas paradoxais. Estratégias defensivas como clivagem, negação e racionalização permitem alguma proteção, mas também limitam a emancipação. Já as resistências criativas, como o humor e o desinvestimento simbólico, aparecem como caminhos de enfrentamento e transformação. Refletir sobre esses processos é fundamental para repensar modelos de gestão e promover formas de trabalho mais humanas, coerentes e sustentáveis.
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