Introdução e objetivo: O atendimento de saúde à população indígena exige noções antropológicas, já que há a necessidade desse cuidado transcultural no processo de promoção de saúde dela. Avaliando-se a disponibilização de serviços de saúde no decorrer dos inúmeros tipos de governo que o Brasil teve desde os anos 1500, nota-se um descaso inicial na oferta de assistência sanitária para esta população. Neste trabalho, visou-se avaliar, por meio de uma revisão da literatura científica, a evolução do atendimento ofertado aos indígenas no Sistema Único de Saúde. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, em que a identificação dos artigos ocorreu por meio de seleção nas plataformas Biblioteca Virtual de Saúde e Scielo. Devido à ausência de Descritores em Ciências da Saúde, utilizou-se as palavras-chave para a busca: “atendimento” AND “indígena” AND “Brasil”. Resultados: Foram encontrados inicialmente 165 trabalhos divulgados na BVS e 11 no Scielo. Após a leitura do título, resumo e do corpo do artigo, foram selecionados 28 artigos. Discussão: A Constituição Brasileira de 1988 foi o primeiro texto que determinou a saúde indígena como dever do Estado. Ele resultou da ideologia de saúde universal da Reforma Sanitária incentivou indígenas do país a se incluírem em movimentos políticos e intelectuais em busca de melhores condições de saúde para a sua comunidade. Com isso, ocorreu, em 1986, a 1ª Conferência Nacional de Proteção à Saúde Indígena, que gerou discussões cruciais para a escrita dos elementos constitucionais de 1988. Os anos seguintes foram de busca por um órgão responsável por gerir o sistema de saúde indígena. Durante a década de 1990, a responsabilidade da pasta da saúde indígena variava entre o Ministério da Saúde (MS) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI). Na prática, nesse período, as ações preventivas de saúde indígena eram ofertadas pelo MS, permanecendo as intervenções curativas sob os cuidados da FUNAI. Com a Lei nº 9.839/99, é instituído o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. A partir desse momento, a responsabilidade da saúde desses povos passou a ser exclusiva do MS. Esse sistema, já discutido nas conferências de saúde indígena, funciona a partir de sistemas locais de atenção em saúde: o Distrito Sanitário Especial Indígena, e, já em 1999, foram criadas 34 unidades distribuídas pelo Brasil. Com sua criação, os serviços passaram a ser organizados por meio dos postos de saúde na aldeia que contam com o Agente de Indígena de Saúde e Agente indígena de Saneamento, dos polos que devem possuir uma Equipe Multiprofissional de Saúde Indígena com médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, odontólogos e da Casa de Apoio à Saúde Indígena, presente nos municípios para dar apoio aos indígenas que são referenciados para serviços de média e alta complexidade. Conclusão: É notável uma evolução histórica na oferta de serviços de saúde, principalmente em relação à organização que surgiu com o Subsistema de Saúde Indígena.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza