Introdução e Objetivo: A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae. Embora seja uma doença tratável, a hanseníase ainda representa um desafio significativo de saúde pública. No Brasil, o estado do Pará apresenta altas taxas de incidência, o que demanda uma análise detalhada do perfil epidemiológico para a formulação de políticas de controle mais eficazes. O estudo objetiva identificar as principais características epidemiológicas dos casos novos de hanseníase no estado do Pará, entre 2019-2023, destacando os anos com o maior e menor número de registros.
Casuística e Método: Trata-se de um estudo descritivo e observacional. Foram analisados dados secundários coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2019 a 2023 sobre os pacientes diagnosticados com hanseníase no estado do Pará.
Resultados: No período analisado foram notificados 10.520 casos de hanseníase no Pará. Observou-se que, em 2019, ocorreu o maior número de registros de casos novos (n=3.492; 33,19%), sendo que houve predomínio de casos no sexo masculino (62,5%). Em relação a faixa etária, no ano de 2019, houve um número maior de casos na faixa etária de 30-39 anos (n=730; 20,9%). Sobre a etnia, no ano com mais casos, observou-se predominância de casos no grupo étnico pardo (n=2.627; 75,2%). No que se refere à escolaridade, em 2019, predominaram casos entre a 5 a 8 série incompleta do Ensino Fundamental (n=623; 17,8%). Em contraste, o ano de 2023 notificou o menor número de casos (n=592; 5,62%), porém manteve a população do sexo masculino como mais preeminente (n=409; 69,08%). Acerca da faixa etária, notou-se um predomínio na faixa etária de 40-49 anos (n=121; 20,44%). Em relação à etnia, no ano com menos casos, verificou-se, igual nos demais anos, um predomínio de casos em pessoas pardas (n=427; 72,12%). A escolaridade, em 2023, teve como superioridade casos entre a 1ª e a 4ª série incompleta do Ensino Fundamental (n=134; 22,63%).
Discussão: A predominância de novos casos entre homens aponta para potenciais deficiências nos cuidados oferecidos para a saúde masculina. A maior incidência na faixa etária de 30 a 49 anos sugere que a população economicamente ativa é a mais impactada pela doença, gerando um alto custo social. A maior incidência entre pardos pode ser um reflexo da demografia do Pará, onde 67% da população é parda. A maior prevalência da doença entre indivíduos com baixa escolaridade serve como um indicador indireto das condições sociais, destacando a importância desse fator no controle da doença.
Conclusão: Fatores como a falta de capacitação dos profissionais e desinformação por parte da população já foram identificados como obstáculos para o controle da hanseníase. Assim, apesar da baixa na incidência, ressalta-se a importância de políticas públicas de capacitação de profissionais e de esclarecimento da população acerca das medidas preventivas.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza