Perfil Epidemiológico da Hanseníase no Estado do Pará: Análise dos Casos Novos de 2019 a 2023

  • Autor
  • Marcus Paulo Oliveira Lopes
  • Co-autores
  • Lucas Alexandre Ferreira de Sousa , João Lucas Lalor Tavares , Pedro Henrique Rodrigues Ferreira , Pedro Silva Lima , Fernando Freitas da Silva Pinto , Davi Felipe Nóbrega Silva , Luidi Lobato Gonçalves
  • Resumo
  • Introdução e Objetivo: A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae. Embora seja uma doença tratável, a hanseníase ainda representa um desafio significativo de saúde pública. No Brasil, o estado do Pará apresenta altas taxas de incidência, o que demanda uma análise detalhada do perfil epidemiológico para a formulação de políticas de controle mais eficazes. O estudo objetiva identificar as principais características epidemiológicas dos casos novos de hanseníase no estado do Pará, entre 2019-2023, destacando os anos com o maior e menor número de registros.

    Casuística e Método: Trata-se de um estudo descritivo e observacional. Foram analisados dados secundários coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2019 a 2023 sobre os pacientes diagnosticados com hanseníase no estado do Pará. 

    Resultados: No período analisado foram notificados 10.520 casos de hanseníase no Pará. Observou-se que, em 2019, ocorreu o maior número de registros de casos novos (n=3.492; 33,19%), sendo que houve predomínio de casos no sexo masculino (62,5%). Em relação a faixa etária, no ano de 2019, houve um número maior de casos na faixa etária de 30-39 anos (n=730; 20,9%). Sobre a etnia, no ano com mais casos, observou-se predominância de casos no grupo étnico pardo (n=2.627; 75,2%). No que se refere à escolaridade, em 2019, predominaram casos entre a 5 a 8 série incompleta do Ensino Fundamental (n=623; 17,8%). Em contraste, o ano de 2023 notificou o menor número de casos (n=592; 5,62%), porém manteve a população do sexo masculino como mais preeminente (n=409; 69,08%). Acerca da faixa etária, notou-se um predomínio na faixa etária de 40-49 anos (n=121; 20,44%). Em relação à etnia, no ano com menos casos, verificou-se, igual nos demais anos, um predomínio de casos em pessoas pardas (n=427; 72,12%). A escolaridade, em 2023, teve como superioridade casos entre a 1ª e a 4ª série incompleta do Ensino Fundamental (n=134; 22,63%).

    Discussão: A predominância de novos casos entre homens aponta para potenciais deficiências nos cuidados oferecidos para a saúde masculina. A maior incidência na faixa etária de 30 a 49 anos sugere que a população economicamente ativa é a mais impactada pela doença, gerando um alto custo social. A maior incidência entre pardos pode ser um reflexo da demografia do Pará, onde 67% da população é parda. A maior prevalência da doença entre indivíduos com baixa escolaridade serve como um indicador indireto das condições sociais, destacando a importância desse fator no controle da doença. 

    Conclusão: Fatores como a falta de capacitação dos profissionais e desinformação por parte da população já foram identificados como obstáculos para o controle da hanseníase. Assim, apesar da baixa na incidência, ressalta-se a importância de políticas públicas de capacitação de profissionais e de esclarecimento da população acerca das medidas preventivas.

  • Palavras-chave
  • Epidemiologia. Hanseníase. Doença.
  • Área Temática
  • Epidemias Globais
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