ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E ESPACIAL DOS CASOS NOVOS DE TUBERCULOSE NO PARÁ

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E ESPACIAL DOS CASOS NOVOS DE TUBERCULOSE NO PARÁ

• Autor
• Lucas Alexandre Ferreira de Sousa
• Resumo

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  Introdução e Objetivo: A tuberculose é uma doença granulomatosa crônica transmissível causada pelo Mycobacterium tuberculosis. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a tuberculose a causa mais comum de morte decorrente de um único agente infeccioso. O estudo objetiva avaliar a distribuição espacial, mapear as principais áreas afetadas e descrever as características epidemiológicas dos casos de tuberculose no estado do Pará, no período de 2018-2022.

  Casuística e Método: O presente estudo foi realizado sob um desenho observacional transversal, de base secundária e análise quantitativa, utilizando dados retrospectivos de pacientes diagnosticados com tuberculose no estado do Pará, no período de 2018-2022. Os dados foram obtidos a partir dos registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

   Resultados: Constituído por 26.301 casos novos no estado do Pará, observou-se que no ano de 2022 ocorreu o maior registro (n=5.938; 22,5%) e, em contrapartida, no ano de 2018 ocorreu o menor (4.666; 17,7%). Constatou-se a maior incidência no sexo masculino (n=17.782; 67,6%). Dentre as faixas etárias, foi destacada a população de 20 a 39 anos com maior número de casos (12.508; 47,5%), seguida por 40 a 59 anos (7.463; 28,4%). A raça predominante foi a parda (19.785; 75,2%). Entre os 144 municípios de notificação identificados, os 5 com o maior número de casos foram, em ordem crescente, Santarém (858; 3,26%), Marituba (1.135; 4,3%), Santa Izabel do Pará (1.598; 6%), Ananindeua (2.273; 8,64%) e Belém (9.187; 34,9%).

  Discussão: A análise temporal implica que houve uma variação significativa ao longo dos anos, retratando um aumento recente que pode estar associado a fatores como melhora na detecção de casos ou por um real aumento na transmissão da doença. Observa-se uma maior incidência em homens, o que corrobora com a ideia de maior exposição a ambientes de risco e menor procura por serviços de saúde. A raça parda reflete a composição demográfica do estado, podendo também indicar desigualdades socioeconômicas. A análise por faixa etária indicia maior parte dos casos na população jovem-adulta, o que sugere uma maior incidência em indivíduos em idade economicamente ativa. A alta de casos em Belém pode ser atribuída à sua maior densidade populacional e infraestrutura urbana, o que facilita a transmissão.

  Conclusão: Ressalta-se a importância de uma abordagem integrada e abrangente para o controle da tuberculose no Pará. Destaca-se a necessidade de melhorias na qualidade e acessibilidade dos serviços de saúde, focando no diagnóstico precoce, tratamento adequado e prevenção. A tuberculose permanece com uma cadeia epidemiológica ativa no Pará, predominando na Região Metropolitana de Belém, o que reforça a necessidade de políticas públicas e ações de saúde mais eficazes para fortalecer os setores de vigilância epidemiológica, mitigar os impactos da tuberculose e melhorar o sistema de saúde local.

• Palavras-chave
• Tuberculose. Epidemiologia. Análise Espacial.
• Área Temática
• Epidemias Globais