Avaliação epidemiológica das internações por Sífilis Congênita no Brasil entre 2021 e 2024

Avaliação epidemiológica das internações por Sífilis Congênita no Brasil entre 2021 e 2024

• Autor
• Cauê Santos Rabelo Mendes
• Co-autores
• Rodrigo Ormanes Massoud , Antônia Evelyn Albuquerque Costa , Isabella Tavares Moura
• Resumo

• INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A Sífilis Congênita (SC) é uma doença transmitida de mãe com sífilis não tratada ou com tratamento inadequado para criança durante a gestação, caracterizando a transmissão vertical. Apesar da maior parte dos bebês não apresentarem sintomas ao nascimento, manifestações clínicas tendem a surgir posteriormente, como surdez, cegueira e malformações congênitas. Diante disso, é fundamental compreender a epidemiologia dessa doença no contexto nacional, a fim de determinar fatores associados às internações para identificação da população vulnerável à exposição. Portanto, o objetivo da pesquisa é avaliar o perfil epidemiológico das internações por SC no Brasil entre 2021 e 2024. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo e transversal, realizado a partir de dados do DATASUS, envolvendo os óbitos em hospitalizações devido à SC na rede pública e privada. Entre os anos de 2021 e 2024, foram analisadas as variáveis: ano de atendimento, região, faixa etária e caráter de atendimento. RESULTADOS: Foram encontrados um total de 64.952 internações por SC no Brasil durante o período selecionado, no qual se destaca o ano de 2021 como de maior incidência da doença, representando 21.346 casos (32,86%). Ao se tratar da distribuição regional dessa condição, a região sudeste (36,76%) se destaca, seguida da região nordeste (34,91%). Considerando o perfil das internações, a faixa etária com maior número de internações foi a menor de 1 ano, representando 63.898 casos, dos quais 97,93% eram de caráter de urgência. DISCUSSÃO: Assim, é verificável que o ano de maior incidência de internações por SC foi 2021, o que se justifica pelo afastamento da população gestante das unidades de saúde durante o período da pandemia da COVID-19, prejudicando a realização de um pré-natal adequado. Nesse contexto, é notável que o sudeste se destaca como região com maior número de internações devido a maior densidade populacional da região, em contrapartida com o nordeste, que representa a segunda maior região de internações devido a carência do sistema público de saúde e de ações em educação sexual. Por fim, a faixa etária com maior número de casos de internação foi a de menores de 1 ano, justificando-se pelos efeitos dessa condição sob o recém nascido, causando erupções cutâneas, e sob o parto, ocasionando prematuridade, quadro que também justifica o maior número de internações em caráter de urgência nessa população. CONCLUSÃO:  A partir do estudo realizado, é possível inferir que as internações por SC sofrem são influenciadas diretamente por fatores regionais e de faixa etária, além de sofrer influência do contexto epidemiológico do período.

• Palavras-chave
• Epidemiologia, Internação, Sífilis Congênita
• Área Temática
• Epidemias Globais