Introdução e Objetivo: O mercado de pescados é um importante setor na região amazônica, porém, traz consigo o desafio quanto aos resíduos gerados pelo processamento e comercialização. Associado a isto, tem se estudado o reaproveitamento de subprodutos derivados dos peixes, com intuito de extrair bioativos de alto valor agregado, sendo o colágeno o principal deles. O colágeno tipo 1 é um componente orgânico abundante na derme humana e nos peixes tropicais. Quando isolados podem ser usados em terapias de cicatrização e crescimento celular. O objetivo deste trabalho é reunir informações acerca das propriedades farmacodinâmicas do colágeno nas cicatrizações, comparando-as com outros bio colágeno já comercializados. Casuística e Método: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura que se baseou na busca de estudos nas seguintes plataformas de pesquisa: LILACS, MEDLINE, Scielo e Biblioteca Virtual de Saúde. Foram pesquisados artigos que abordassem no título os termos (“BIO-COLAGENO” AND “PESCADOS” AND “APLICAÇÃO” AND “FARMACOLOGIA”), no período de 2020 a 2024, selecionando apenas estudos experimentais e revisões elaboradas, totalizando 13 artigos encontrados. Foram analisados os objetivos e resultados de forma a excluir conteúdo sobrepostos e não conclusivos e os dados mais relevantes foram reunidos neste presente estudo. Resultados: As espécies mais utilizadas são: Oreochromis niloticus, Cyprinus carpio e Epinephelus spp. O colágeno é obtido a partir da pele, vísceras e escamas dos peixes e a variação de rendimento é cerca de 2-10% de peso seco a depender da espécie. A extração bovina ainda possui maior rendimento com até 15% de peso seco. Entretanto, o colágeno de pescados pode apresentar maior pureza devido à ausência de peptídeos comuns nos subprodutos bovinos ou suínos os quais favorecem a ocorrência de episódios alérgicos e possuem maior risco de transmissão de doenças. Em testes in vitro, utilizando o colágeno da escama do peixe tilápia, seus constituintes foram capazes de penetrar a derme e realizar interações na estrutura celular dos fibroblastos, acelerando o processo de repitelização e angiogênese. Os estudos constataram que a partir da hidrolização, o gel obtido do colágeno possui viscosidade e a porosidade compatível com a oxigenação do tecido subjacente. Discussão: O colágeno extraído das vísceras de pescados, especialmente de espécies como tilápia e carpa, possui propriedades farmacodinâmicas promissoras para terapias de cicatrização e crescimento celular. Comparado ao colágeno bovino, o colágeno de pescado se destaca pela pureza e menor risco de reações alérgicas e doenças, além de reduzir resíduos do setor pesqueiro. Conclusão: O colágeno de pescado é uma alternativa sustentável e segura para aplicações farmacológicas e cosméticas, promovendo a sustentabilidade e o aproveitamento integral dos recursos pesqueiros, sendo portanto, primordial investir em estudos que aprimorem seu uso farmacológico.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza