INTRODUÇÃO: A Leptospirose é uma zoonose infecciosa febril aguda, de notificação compulsória, que tem como agente etiológico a bactéria do gênero Leptospira cuja transmissão se dá através da exposição direta ou indireta à urina de animais, em especial de roedores. Essa patologia é muito incidente em regiões com situações precárias de saneamento básico e seu acometimento é diretamente proporcional ao aumento dos níveis de chuva e alagamentos. Por isso, é necessário compreender a incidência dos casos de leptospirose e realizar ações voltadas para prevenção e diminuição da contaminação por esse agente. O presente trabalho tem por objetivo analisar os números notificados de leptospirose no estado do Pará no período de 2018 a 2022. CASUÍSTICA E MÉTODO: Utilizou-se uma abordagem metodológica do tipo ecológica transversal, aplicando a técnica de análise espacial, comparando os períodos de 2018 a 2022, utilizando como filtros: as macrorregionais paraenses (MI, MII, MIII e MIV) e número de casos notificados em cada mês do ano. Os dados foram coletados através do sistema de tabulação de informações do DATASUS, o TABNET. RESULTADOS: No estado do Pará, dos anos 2018 a 2022, foram notificados 524 casos de leptospirose. Dentre as quatro macrorregionais paraenses, a que obteve maior número de notificações da doença foi a Macrorregional I (MI) com 373 (71,20%) dos casos. Na sequência vem a MII com 97 (18,50%), MIII com 40 (7,63%) e MIV com 14 (2,67%). A MI engloba cinco municípios da região metropolitana da capital: Belém, Ananindeua, Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará. A média mensal de notificações no Pará é de 43,67 casos. Entre os meses de Fevereiro e Junho, houve um aumento média estadual para 69,4 (13,24%) casos, tendo seu pico máximo no mês de Março com 78 (14,88%) casos, enquanto que na MI a média sobe para 50 (13,40%) casos, tendo seu pico no mês de Maio com 54 (14,47%) casos. DISCUSSÃO: De acordo com os dados apresentados, a leptospirose ainda é uma preocupação em saúde pública para o estado, tendo em vista o alto número de notificações, sendo a macrorregional I uma região de alerta para a gestão em saúde. A MI engloba a região metropolitana paraense, além de ser a mais populosa, possui grande incidência de chuva e problemas relacionados a saneamento básico, ocasionando a contaminação da água através da urina dos animais infectados. O aumento da frequência de chuvas nesse período do ano, leva as pessoas circularem por áreas alagadas e empoçadas, levando a exposição a dengue, hepatite A e a leptospirose. CONCLUSÃO: Nesse contexto, deve-se atentar para os problemas de saneamento básico presentes nesta região além, do fator relevante das chuvas que é muito incidente na Amazônia. Medidas preventivas, bem como programas governamentais de saneamento básico nas regiões prejudicadas pelo grande volume de alagamentos, ações de educação em saúde, controle de pragas e acondicionamento de lixo são ferramentas importantes no combate a Leptospirose.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza