A PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO POR ZIKA VÍRUS E SUA RELAÇÃO CAUSAL COM A MICROCEFALIA NO ESTADO DO PARÁ DE 2010 A 2023

  • Autor
  • Maria Rita de Sousa Gonçalves
  • Co-autores
  • Ayanne Castro de Miranda , Bárbara Ferreira Pereira , Gabriela Braga Rodrigues , Juliane Correa e Correa , Kaylane Fernanda Costa de Melo , Kamila Cecília Gomes da Silva , Letícia Cavalcante Gondim , Paula Cordeiro Aguiar de Almeida , Maria Eduarda da Silva Santos
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Em 2014 surgiu uma doença febril, exantemática e pruriginosa em diversos estados do país. Em 2015, foi confirmado que se tratava de uma epidemia de infecção por Zika vírus e pouco tempo depois, foi determinada a relação causal entre a infecção congênita por Zika e a microcefalia. Em 2023, mais de 7 mil casos de Zika vírus foram notificados no país, nesse sentido, evidencia-se um problema de saúde pública que ainda precisa ser analisado e contornado. Portanto, este estudo tem como objetivo caracterizar a prevalência da infecção por Zika vírus no estado do Pará e sua relação causal quantitativa com a microcefalia entre os anos de 2010 a 2023. CASUÍSTICA E MÉTODO: Trata-se de um estudo epidemiológico longitudinal descritivo e quantitativo, realizado a partir da coleta de dados disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e a consulta ocorreu pela seção Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN). Foram incluídos dados de notificações de infecção por Zika vírus nos anos de 2010 a 2023 e de nascidos vivos com microcefalia nos anos de 2010 a 2022 no estado do Pará. RESULTADOS: No período analisado houveram 11369 casos de infecção por Zika vírus. Entre 2010 e 2014 apenas 7 (0,06%) foram registrados, em 2015, 102 (0,89%) casos, em 2016, 6585 (58%) ocorreram. Em 2017, 1426 (12,5%) casos e a partir de então houve um decréscimo, mas em 2023, com 765 (6,7%) casos evidencia-se nova crescente. A faixa etária de 20 a 39 anos se destaca com 5200 (45,7%) notificações. Mulheres são maioria com 7780 (68%) casos, 2618 eram gestantes e destas, 1480 notificações ocorreram em 2016. Os nascidos vivos com microcefalia, entre 2010 e 2022 foram 7211. Em 2015 houveram 1758 (24,3%) casos e, em 2016, 2276 (31,5%). DISCUSSÃO: É inegável a causalidade quantitativa visto que as variáveis de infecções por Zika vírus e microcefalia crescem e decrescem concomitantemente. A faixa etária mais atingida foi congruente com a idade reprodutiva, além do maior número de casos serem do sexo feminino, o que implicou 23% dos casos totais em grávidas apresentando estrita relação com o aumento considerável dos casos de microcefalia no mesmo período. No entanto, a microcefalia pode ser causada por diversos fatores, não se pode afirmar que todas as gestantes notificadas com Zika tiveram filhos com microcefalia. Assim como, há casos em que o diagnóstico de infecção por Zika pode não ter sido feito no pré-natal, mas houve microcefalia ao nascer. CONCLUSÃO: Dessa forma, conclui-se que a epidemia de Zika vírus afetou o estado do Pará de maneira significativa, principalmente em 2016, e que o fato de infectar em maior proporção as mulheres em idade reprodutiva está intimamente relacionado com os novos casos de microcefalia. Nesse sentido, é essencial que as políticas públicas de saúde estejam sempre abarcando as práticas de prevenção da infecção por Zika vírus, visto que, o número de casos voltaram a crescer ao longo do ano de 2023.

  • Palavras-chave
  • Zika vírus; microcefalia; Pará
  • Área Temática
  • Políticas Públicas em Saúde
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Boa leitura!

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Marianne Rodrigues Fernandes

Tereza Cristina de Brito Azevedo

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