A PERSISTÊNCIA DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NA REGIÃO NORTE DO BRASIL COM FOCO NO ESTADO NO PARÁ ENTRE 2012 A 2022.

  • Autor
  • Maria Rita de Sousa Gonçalves
  • Co-autores
  • Juliane Corre e Correa , Letícia Cavalcante Gondim , Ayanne Castro de Miranda , Bárbara Ferreira Pereira , Gabriela Braga Rodrigues , Kaylane Fernanda Costa de Melo , Maria Eduarda da Silva Santos , Paula Cordeiro Aguiar de Almeida , Kamila Cecília Gomes da Silva
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A sífilis é uma doença infecciosa, de notificação obrigatória, causada pelo Treponema pallidum. Possui alta transmissibilidade através da barreira placentária, ocasionando prejuízos à formação do feto, aborto espontâneo e morte perinatal, a chamada sífilis congênita (SC). Diante desse cenário e da relevância para a saúde pública, este estudo objetiva  analisar a prevalência da sífilis congênita na região Norte, com enfoque no estado do Pará. CASUÍSTICA E MÉTODO: Trata-se de um estudo quantitativo, retrospectivo e descritivo dos casos de SC na região norte entre 2012 a 2022, disponibilizados no Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN). Foram analisadas as variáveis: casos confirmados, idade materna e do RN, realização de pré-natal, período de diagnóstico materno e tratamento do parceiro. RESULTADOS: No período analisado, foram notificados 19.512 casos de SC na região norte do país. Observou-se aumento progressivo das taxas, sendo a maior registrada em 2022 (2392 casos). O Pará contribuiu com 8633 das notificações, equivalente a 44% do total, apresentando crescimento positivo semelhante ao apontado na região. No que tange aos casos registrados, 8286 (96%) ocorreram em até 6 dias do nascimento e 5.411 (66%) foram advindos de mães entre 15-24 anos. Também foi observado que em 7297 (84%) dos casos, o pré-natal foi realizado e que a detecção da sífilis materna ocorreu durante o pré-natal (43,2%), entretanto em aproximadamente 50%, no parto ou pós parto. Além disso, em apenas 1520 (17,6%) dos casos, o parceiro da mãe foi tratado. DISCUSSÃO: É notável que a SC constitui-se importante agravo de saúde no contexto brasileiro. Nesse sentido, a região norte, especialmente o Estado do Pará, ainda apresentam crescentes taxas de notificações. Nessa perspectiva, tal cenário pode ser explicado pela dificuldade de acesso a um pré-natal adequado no Estado. Assim, pode-se relacionar a  grande taxa de diagnóstico da mãe apenas no parto ou pós-parto ao acompanhamento inadequado dessas gestantes, além disso, tal cenário implica uma possível subnotificação de diagnósticos de SC. Ademais, é imprescindível destacar a necessidade do tratamento da parceria sexual da gestante. Entretanto, em apenas 17,6% do total (8.633 casos) houve tratamento, o que também pode explicar a alta taxa de SC em gestantes em vigência de pré-natal, já que este cenário favorece a reinfecção da mulher e maiores chances de transmissão para o feto. Assim, é fundamental o tratamento simultâneo da parceria a fim de encerrar o ciclo de transmissão. CONCLUSÃO: Frente ao cenário da SC na região, em especial no Pará, entende-se a necessidade de melhora das políticas públicas de saúde à gestante, implicando em maior rastreio, diagnóstico precoce e consequente redução da SC, agravo de elevada morbimortalidade infantil. Outrossim, deve haver incentivo ao  treinamento dos profissionais da saúde para a abordagem da parceria sexual a fim de garantir seu tratamento.

  • Palavras-chave
  • sífilis congênita; Pará; Norte; pré-natal.
  • Área Temática
  • Políticas Públicas em Saúde
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Boa leitura!

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