INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A sífilis é uma doença infecciosa, de notificação obrigatória, causada pelo Treponema pallidum. Possui alta transmissibilidade através da barreira placentária, ocasionando prejuízos à formação do feto, aborto espontâneo e morte perinatal, a chamada sífilis congênita (SC). Diante desse cenário e da relevância para a saúde pública, este estudo objetiva analisar a prevalência da sífilis congênita na região Norte, com enfoque no estado do Pará. CASUÍSTICA E MÉTODO: Trata-se de um estudo quantitativo, retrospectivo e descritivo dos casos de SC na região norte entre 2012 a 2022, disponibilizados no Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN). Foram analisadas as variáveis: casos confirmados, idade materna e do RN, realização de pré-natal, período de diagnóstico materno e tratamento do parceiro. RESULTADOS: No período analisado, foram notificados 19.512 casos de SC na região norte do país. Observou-se aumento progressivo das taxas, sendo a maior registrada em 2022 (2392 casos). O Pará contribuiu com 8633 das notificações, equivalente a 44% do total, apresentando crescimento positivo semelhante ao apontado na região. No que tange aos casos registrados, 8286 (96%) ocorreram em até 6 dias do nascimento e 5.411 (66%) foram advindos de mães entre 15-24 anos. Também foi observado que em 7297 (84%) dos casos, o pré-natal foi realizado e que a detecção da sífilis materna ocorreu durante o pré-natal (43,2%), entretanto em aproximadamente 50%, no parto ou pós parto. Além disso, em apenas 1520 (17,6%) dos casos, o parceiro da mãe foi tratado. DISCUSSÃO: É notável que a SC constitui-se importante agravo de saúde no contexto brasileiro. Nesse sentido, a região norte, especialmente o Estado do Pará, ainda apresentam crescentes taxas de notificações. Nessa perspectiva, tal cenário pode ser explicado pela dificuldade de acesso a um pré-natal adequado no Estado. Assim, pode-se relacionar a grande taxa de diagnóstico da mãe apenas no parto ou pós-parto ao acompanhamento inadequado dessas gestantes, além disso, tal cenário implica uma possível subnotificação de diagnósticos de SC. Ademais, é imprescindível destacar a necessidade do tratamento da parceria sexual da gestante. Entretanto, em apenas 17,6% do total (8.633 casos) houve tratamento, o que também pode explicar a alta taxa de SC em gestantes em vigência de pré-natal, já que este cenário favorece a reinfecção da mulher e maiores chances de transmissão para o feto. Assim, é fundamental o tratamento simultâneo da parceria a fim de encerrar o ciclo de transmissão. CONCLUSÃO: Frente ao cenário da SC na região, em especial no Pará, entende-se a necessidade de melhora das políticas públicas de saúde à gestante, implicando em maior rastreio, diagnóstico precoce e consequente redução da SC, agravo de elevada morbimortalidade infantil. Outrossim, deve haver incentivo ao treinamento dos profissionais da saúde para a abordagem da parceria sexual a fim de garantir seu tratamento.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do XX Congresso Médico Amazônico, um compêndio que reúne os principais trabalhos e pesquisas apresentados durante o evento. Realizado de 16 a 18 de agosto de 2024, este congresso foi um marco na discussão sobre "Sustentabilidade e Saúde na Amazônia: Desafios e Oportunidades para a Cop 30".
Os Anais refletem a diversidade e a profundidade dos temas abordados, incluindo estudos inovadores, experiências práticas e debates teóricos que englobam as áreas de saúde, sustentabilidade e o impacto das mudanças climáticas na região amazônica. Esta coletânea é uma fonte valiosa de conhecimento para profissionais, acadêmicos, estudantes e todos os interessados na interseção entre saúde e meio ambiente.
Esperamos que esta publicação inspire novas pesquisas, promova a troca de conhecimentos e fortaleça o compromisso com a preservação da Amazônia e a saúde de suas populações. Agradecemos a todos os autores e participantes que contribuíram para o sucesso do Congresso e para a construção deste importante registro científico.
Boa leitura!
A Comissão Científica
Comissão Organizadora
Dr. José Rufino Costa dos Santos - Presidente
Dr. Habib Fraiha Neto - Predidente de Honra
Dr. Pedro Celeste Noleto e Silva
Dr. Francisco Eratóstenes da Silva
Dr. Heryvelton Lima de Freittas
Dra. Brenda Faccio dos Santos
Dr. Otávio Guilhon
Dra. Ana Claudia Santana
Dr. Juciland de Sena Gama
Dr. José Mariano de Melo Cavaleiro de Macedo
Dr. José Roberto
Dra. Valéria Barbosa Pontes
Comissão Científica
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Lauro José Barata de Lima
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Marianne Rodrigues Fernandes
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Comissão Avaliadora
David José Oliveira Tozetto
Diana Albuquerque Sato
Dirceu Cavalcanti Rigoni
Eric Homero Albuquerque Paschoal
Janari da Silva Pedroso
Juliana de Araújo Borges Ferreira
Lauro José Barata de Lima
Luiz Felipe Santiago Bittencourt
Maria de Fátima Guimarães Couceiro
Marianne Rodrigues Fernandes
Tereza Cristina de Brito Azevedo
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza